domingo, 2 de setembro de 2007

Valores da contemplação - Autor: Pompeo Marques Bonini ( Pompa )




O ser humano
Não têm outra forma de aproveitar aquilo que faz
Senão contemplando minuciosamente
Mais estará embevecido das belezas e da amplitude
Daquilo que contempla
Quanto mais detalhada seja sua análise


ÍNDICE:
Introdução
1 - Sobre o título
2 - Discussão moral
3 - Questão familiar
4 - Características mediúnicas
5 - Percepção sutil
6 - Oração
7 - Sobre os aspectos científicos do espiritismo
8 - Sobre a empatia
9 - Sobre a oração
10 - Sonhos
11 - Epístola aos sábios
12 - níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa
A)Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Transcendental”
1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo
2 - Escurecimento da visão
3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas
4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )
5 – Visão da outra dimensão
B)Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Sentimental”
1 - Reconhecimento psicológico da imponência de entidades espirituais superiores
2 - Crença absoluta nas teorias filosóficas religiosas
3 – Humildade
4 - Reconstrução do sentido da vida
5 - Fé inabalável na bondade de Deus
6 - “Libertação Espiritual”
13 - Conversa entre dois homens


Introdução

Sobre o Título

O título do livro têm a intenção de despertar nos leitores a idéia de que a filosofia espírita têm plena possibilidade de abarcar outras filosofias e religiões sob sua perspectiva específica, muitas vezes esclarecendo determinados aspectos destas religiões que ficam à sua vista mais interessantes, complexos e satisfatórios à razão humana. No entanto, como este livro trata de um tema, que por sua natureza, supera aquilo que se entenderia por conhecimento máximo da realidade, deve ser dito que a última hipótese, mesmo sendo a mais satisfatória não será ainda a verdade última. Esta é a confissão da ignorância humana, é esta afirmação inteligente, pois mais sabe aquele que têm consciência de que não atingiu a verdade derradeira que aquele que firma os pés na ilusão que criou a si mesmo.
O espiritismo trata-se de um processo, no qual estão inseridas vertentes filosóficas, científicas e religiosas, para fins didáticos entendendo o termo religião como re-ligação com Deus optou-se por chamar o termo religião também pela palavra transcendência. O caminho a percorrer será extenso, intenso e árduo, por vezes ainda teremos a infelicidade de notar que perdemos a direção de nossos próprios ideais, devendo retomar rumos antigos, é pois um desafio de incomensurável dificuldade a discussão que aqui se dará.
A instituição espírita Kardecista Seara Bendita será uma fonte de direcionamento ao trabalho que aqui se pretende executar, fornecendo com seu curso de espiritismo alguns subsídios importante ao andamento das discussões que aqui serão proposta, espero instigar o leitor de tal maneira que este por vezes sinta que o mundo é tal como é, ainda que não fora conhecido desta maneira por ele. Pois tudo depende da maneira como é interpretado, unificar uma visão à respeito de determinado assunto, é fazer com que todos entrem em comum acordo, utilizando-se de raciocínio específico, quando direcionarem-se à algo, que quer que seja.
O mundo hoje, é dividido em muitas opiniões, hábitos, sistemas educacionais, religiões e filosofias. Sabe-se no entanto que as filosofias eternas, ou perenes irão prevalecer à qualquer opinião retrógrada que se possa infundir, ou às idéias análogas que se desenvolvem com grande facilidade em meado ao século XXI, Adous Huxley nos trás sabiamente uma série de trechos dos grandes sábios em seu livro “Filosofias Perene”, assim como ele o fez, todos nós, integrantes de uma só sociedade humana, deveríamos nos esforçar no intuito de encontrar as verdades ultimas comuns à humanidade. O esforço desta unificação tão benéfica é uma das funções do espiritismo, o que não lhe confere quaisquer vantagens com relação à outras filosofias, senão apenas confirma a tendência natural do ser humano à desvendar a verdade última do universo: a metafísica do mundo. Como se trata-se de um instinto animal, o homem parece ter sede de conhecimento, a maior dádiva que podemos conceder à um semelhante é direcionar o busca de seu conhecimento à um caminho profícuo e verdadeiro, deixando desvanecerem-se as ilusões, que são por suas vezes criadas igualmente pela sede de conhecimento, no entanto percrustam caminhos obscuros e por vezes até pérfidos nas sendas do desenvolvimento intelectivo.
O intelecto nos proporciona uma visão de mundo, não em si o intelecto, mas mais especificamente a lógica e a razão nas teorias filosóficas, não é coincidência que haja em todo o mundo tendências filosóficas comuns, esta é a maior prova de que a verdade é uma só, e as diferenças poucas são devidas apenas às visões distorcidas. Não quero dizer aqui, de maneira errônea e precipitada, que o espiritismo compõem-se de uma filosofia da questão pós-morte mas correta, certa e verdadeira que qualquer outra filosofia. Obstinadamente o objetivo não é defender o espiritismo, mas sim a verdade que mais nos convença e satisfaça, mesmo que esta verdade não seja necessariamente a mais apraziva ou agradável.
Assim, das filosofias do mundo, podemos extrair os valores comuns, e os mais interessantes, colocá-los sob o prisma do espiritismo desenvolvido por Allan Kardek e esclarecer aquilo que antes era obumbrado. Por outras vezes não faria esta metáfora de prisma, mas sim colocar cada filosofia como uma tinta de tonalidade distinta, juntá-las todas num quadro e compor uma nova filosofia, mudando até aquilo que se entendia antes como espiritismo, pois a filosofia é um processo de constante descoberta, não deve haver dogmas, mentiras ou verdades infundadas.
Tudo aquilo que é novo provoca-nos surpresas, e outras vezes chega à nos assustar, aqui por certo, neste compêndio , serão encontradas novas verdades, sugerências de possibilidades diversas no campo das noções filosóficas espirituais. O intuito é engrandecer, crescer e direcionar o assunto num rumo de maior envergadura, que Deus nos auxilie nesta empreita, e que possamos dela aproveitar todos os ensinamentos, com a complexidade que satisfaz as exigências intelectuais, e com a simplicidade que demana o coração humano.

DISCUSSÃO MORAL:

1a Questão: Parábola do bom samaritano:
No evangelho de São Lucas, capítulo 10, encontra-se a parábola do bom samaritano.
Disse Jesus: “Um homem baixava de Jerusalém à Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o despojaram do que levava, e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram deixando-o meio morto. Aconteceu que passava pelo mesmo caminho um sacerdote, e quando o viu passou de largo. Um levita passando perto daquele lugar, e vendo-o passou também de largo . Mas um samaritano, que ia seu caminho chegou perto dele e quando o viu se moveu à compaixão. E chegando-se lhe atou as feridas, lançando nelas azeite e vinhos, pondo-o sobre a sua cavalgadura, o levou à uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e deu-os ao estalajandeiro, e lhe disse: Tem-me cuidado dele, e quando gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o “próximo” daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o doutor: Aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo.
Jesus neste momento conversava com um “doutor da lei” que lhe perguntara como fazer para entrar na posse da vida eterna, respondeu Jesus que devia amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como à ti mesmo, mas logo surgiu outra questão: Quem é meu “próximo”? A função primordial da Parábola do bom samaritano é esclarecer o que se entende por “próximo” na concepção de Jesus.
Há uma interessante ressalva nesta parábola, pois Jesus pergunta quem foi o próximo daquele que caiu, e não o próximo dos que passavam. O próximo é aquele que se inflama de misericórdia, aquele que se movimenta, que fica sensibilizado em torno de determinada questão. Próximo é aquilo que está perto, aquilo que se achega e se envolve, a humanidade é uma só, na teoria de que tudo compõe a verdade de Deus, tudo é Deus, tudo é próximo. Não há a necessidade de recriminarmos aqueles que não se sensibilizaram ao sofrimento alheio, mas sim a aceitação que o todo sendo um não há diferença em ser feliz ou triste, em olhar à esquerda ou à direita, em ficar parado ou em fazer. Deus é amor, tudo é Deus, logo o que se entende por mundo é constituído de etapas necessárias, que poder ser interpretadas de distintas maneiras, a problemática da justiça, do bem e do mal, da moral caem por água abaixo quando submetidas à idéias de que Deus está em todas as coisas, mas não somente está em todas as coisas como uma pessoa pode entrar em uma caixa senão propriamente é todas as coisas.
O sacerdote e o levita, que em tese deveriam auxiliar, já que entendiam das verdades divinas não o fizeram. A verdade do bem está impregnada no ser humano, mesmo que este não tenha antes ouvido falar dela, é bastante interessante que o sujeito foi movido por misericórdia quando prostou-se para auxiliar. Este movimento de misericórdia independe de um conhecimento específico sobre as leis divinas. De quê então dependerá a capacidade de bondade? Valores morais? Se fossem valores morais é certo que o Sacerdote deveria estar pleno destes, acontece que valor é a idéia daquilo que se move, valor moral não é a m,oral em si, mas sim a idéia do procedimento que deve ser tomado. A atitude compõe-se do movimento de espírito do ser humano, que deve supostamente estar direcionada pelo subsídio dos valores religiosos morais, mas que não dependem exclusivamente destes, e estes não são a proficiência da moral pura.
Aquele que sabe não necessariamente segue aquilo que sabe, ainda que pensemos que se ele sabe de determinada verdade é mais provável que a siga. A questão que esta parábola trata pode ser interpretada mediante à importância que há na aquisição do conhecimento. Qual é a importância de saber? O que é realmente saber? O Sacerdote sabia aquilo que pregava? Saber é ser ciente da verdade, mas para realmente chegarmos à este estado devemos sentir nas profundezas de nossas entranhas, nas obscuridades de nossa consciência, nos recônditos mais longínquos de nosso coração aquela verdade. O conhecimento só é pleno quando é sentido, a dialética da moral não é suficiente por si para explicar o que é moral, pois a moral está no campo das atitudes, ainda que possa ser explicada e entendida no âmbito racional.
A questão aqui é justamente sobre dialética e empirismo, no entanto ocorre que a experiência empírica do bom samaritano é permeada de moral, a moral é constituída em um processo de abstração de atitudes que se julga serem corretas ou incorretas mediante a noção de bem e mal. Problematicamente a noção de bem e mal é variável, podendo chegar ao antagonismo cabal em determinadas discussões. Não quero aqui tratar de questões morais estando com a mente infundida de dogmas, mas sim num aspecto filosófico, assim é certo dizer que o que se julga bem pode ser entendido como mal por outras pessoas. Isto devido às diferenças culturais, educacionais e pessoais de cada pessoa. Tudo isto expliquei justamente porque é tendência natural acusarmos os religiosos que passaram pelo necessitado sem ajudar de opróbrio aos valores humanos de bondade e auxílio. Quê é bondade e auxílio? Quê pensaram eles quando passaram em linha reta? Quais eram suas realidades específicas? Recriminar idéias e valores sem antes entendê-los em suas plenitudes é muito mais fácil que fazer uma análise minuciosa de possibilidades diversas, ainda que por muitas vezes possamos encontrar as soluções em motivos bastante simples. Por isto é proveitoso disto concluir, que a atitude de não ajudar pode ser vista como correta quando notarmos que cada ser humano possui sua realidade distinta, e atitudes alegres podem ser vistas como desrespeitosas, e atitudes respeitosas podem ser vistas como indiferença, por isto, o mundo só é conhecido quando interpretado. A partir desta ressalva colocamos em pauta que a única importância que há no mundo é o modo como o interpretamos e não ele em si.
Nos casos desesperadores em que um bem é imprescindível e necessário não há desculpas, em todos outros casos, no entanto, é suscetível à interpretação à noção de bem e mal. É certo dar moedas à pobres? Podemos notar por exemplo, nos dias atuais, um carro aparentemente indiferente ao sofrimento de um desesperado esfaimado que no farol vende suas balas para o ganha pão, com vidros fechados e esperanças nulas ao desesperado, o senhor do carro pode ser um contribuinte de uma instituição de caridade vigoroso, mas que não julgou conveniente dar dinheiro naquela ocasião por questões próprias, por julgar que o dinheiro não seria aplicado em alimentos propriamente ditos por exemplo, as aparências enganam porque tudo é suscetível à interpretações, e as interpretações variam mediante o histórico de cada um. Como iremos saber se o Sacerdote fez um mal em não ajudar? Talvez o histórico de vida dele estivesse direcionado de tal modo que a culpa por não haver ajudado fosse anulada. Só são culpados os que não cumprem aquilo que já sabem, e o saber, como já vimos antes, não é questão tão simples quanto parece, senão uma junção de experiência empírica com construção intelectiva e racional por um processo de dialética da realidade.

QUESTÃO FAMILIAR:
A questão familiar, quando colocada sob o julgo da idéia reencarnatória do espiritismo, adquire importância desproporcional quanto ao que se pudesse sugerir antes do entendimento pleno da idéia. Normalmente temos imensa dificuldade nas inter-relações familiares, devido à deturpação dos valores humanos mais belos causada pelo consumismo excessivo, e pela feroz guerra que intermedeia esta sociedade consumista, o consumismo em si não é ruim, mas sim o fato de que o acúmulo de valores em nossa sociedade é de tal modo audaz que faz com que cheguemos à culminância de países passarem necessidades vitais à sobrevivência enquanto outros se comprazem na soberba de um capital excessivo.
As pessoas passam a ser delineadas por um sistema humanamente corrompido, o que provoca sérios danos nas inter-relações familiares. A dificuldade já está portanto em uma concepção ideológica simples, não podemos saber exatamente como seria a problemática mais profunda da questão familiar: O quê é uma família? Por quê estão juntos estes indivíduos? Existes questões que devem ser formuladas por todo aquele que se julga espírita, e por aqueles que aceitam este lado da idéia espírita. Numa tentativa de desvendar as questões mais profundas que abatem, influem e permeiam nossa família devemos saber que somente conhecendo as resposta poderemos entender o que se transpassa exatamente no plano terrestre. Quais são os motivos exatos desta união que se faz tão peculiar?
Existe a hipótese de que a reencarnação possa ser devida à dívidas que tenhamos no passado, assim, no intuito de resolvermos estes problemas nascemos outra vez justamente com as almas que antes nos causaram, ou a quem causamos mal. É evidente que o motivo da reencarnação não é necessariamente este, ainda que devido à condição da evolução da população terrestre este seja o mais habitual. Assim sendo, a perspectiva da vida familiar muda completamente quando colocada sob este prisma tão vasto em possibilidades e descobertas. É na família que se localiza o exemplo de união humana, é ali que se desenvolvem os afetos, caridade, amor simpatia, fraternidade, altruísmo, contato ou então se denigrem os valores mais belos dando margem ao egoísmo, maldade ou indiferença. Exercitamos paciência, força de vontade, amizade, carinho e responsabilidade na família, que correspondem às características de valor moral, que engrandece o espírito daquele que isto pratica. Uma diferença crucial entre as pessoas, e suas inter-relações é que existem aquelas que convivemos diariamente e muito conhecemos, e as que convivemos esporadicamente e pouco conhecemos. É evidente que quanto mais tempo se conviva com alguém mais intimamente e profundamente se conhece esta pessoa, no entanto, existe uma tendência comodista do ser humano em visar antes as coisas mais fáceis que as mais difíceis, assim: é mais cômodo travar contacto com aqueles que pouco se vê pelo fato de que pouco os conhecendo não temos a necessidade de nos aprofundarmos em suas questões mais íntimas, assim não há dispenssão de energia para com esta pessoa. O fato é que na família é que estão localizadas as questões espirituais mais vigentes e prioritárias e não em qualquer outro lugar, é por isto que o lar deve ser em primeira instância o local primeiro de nossas preocupações. De fato há gente que convive mais com companheiros de trabalho que com a própria família, o que constitui um erro crasso de nossa sociedade já corrompida pela insanidade de um sistema econômico, não é possível admitir que a convivência humana foi perfidamente trocada por ideais destrutivos e desmoralizados. Hoje é preferível que cada componente familiar exerça as atividades que lhe agradam de maneira isolada que a família unir-se numa determinada atividade seja ela qual for. A televisão, que constitui num veiculo de comunicação de extraordinárias possibilidades transformou-se numa caixa hipnótica que extraí do homem a liberdade de contacto humano real. Estes novos hábitos que o homem criou para si acabam por distorcer a natureza social do ser humano, somos seres sociais, assim é na fraternidade que encontramos o ideal de sociabilização, aprendendo os valores inseridos no perene evangelho, com as idéias de Jesus Cristo. É devidamente em Cristo que encontramos a solução para o ideal familiar.
Por vezes não conseguimos entender o motivo exato da relação com determinado ente familiar ser de determinado modo, o que explica esta ineficácia do homem a responder suas próprias conjecturas é a possibilidade reencarnatória, onde afeição ou desafeto são determinados por causas anteriores à esta vida. É estudando aos poucos a realidade mais profunda do ser, nas relações que melhor conseguiremos solucionar problemas nas relações familiares, no entanto é triste pensar que o homem longe está de atingir este ideal de estudos mais profundos, mas é lúcido crer que com um mínimo de bom sendo, mesmo sem recorrer à esta filosofia, podemos resolver problemas dos que se julgava sem solução certa. O bom senso terreno é o mesmo que o espiritual, porque sendo bom senso é eterno e perene, as idéias divinas são as eternas, e independem de origem, pode ser terrena ou espiritual. Aliás esta divisão é extremamente errada, pois tudo o que é terreno é também espiritual, já que os que na terra vivem são espíritos como aqueles que estão na outra dimensão.

CARACTERÍSTICAS MEDIÚNICAS:
Capacidade contemplativa - O médium têm a percepção do mundo levemente ou bastante distinta da maioria das pessoas, utiliza-se da capacidade contemplativa para chegar à estados de consciência mais abrangentes que a que temos na maioria dos momentos do dia. De fato, nossa consciência, ou seja: a percepção que temos da realidade, não é a mesma em todos os momentos, e de acordo com cada situação pode variar, de modo que fique ora de uma maneira mais atenta ora de maneira letárgica. Ainda pode-se definir outros estados de consciência, como: sonolento, alerta ou introspectivo. No entanto, o médium, utilizando-se do recurso de contemplação chega à patamares de percepção da realidade mais avançados do que o que se possa imaginar, pois o que ele percebe não é o mundo na dimensão em que vive seu corpo, mas sim a dimensão espiritual, ou: outro plano de existência, que condiz respectivamente ao plano onde vive a alma ou o espírito, que é na realidade o plano onde todos vivem, sejam encarnados ou desencarnados porque quem está na carne não vive somente no mundo material senão têm uma vivência integral: vivendo no mundo material e no espiritual simultaneamente. O espírito é a base primordial da vida, o corpo é um prolongamento do espírito, que lhe dá a oportunidade de vivenciar experiências diferenciadas que se fosse somente através do espírito, é por isso que na teoria reencarnatória a importância do retorno à dimensão terrestre além de ter um teor social têm a qualidade de experimentar um outro ângulo de realidade: a matéria. O médium é em suma aquele que tem a capacidade de vivenciar ao mesmo tempo os dois planos existenciais, esta pode ser definida como experiência integral da percepção da vida, num momento de extrapolação das capacidades de percepção espiritual o médium não somente vivencia a realidade espiritual como também a terrena. Considero particularmente que temos, em geral, uma tendência errônea em querer separar os dois mundos, pois eles completam na verdade uma só realidade: a realidade do mundo, ou realidade existencial, neste novo pensamento concluímos que o que ocorre é que a maior parcela dos seres humanos têm uma percepção parcial da realidade que vivem, esta parcialidade pode ser completa apenas com o desenvolvimento mediúnico, que permite respectivamente a percepção integral do mundo. Isto explica o processo intuitivo e instintivo, que são em suma que são percepções parcas de uma realidade completa, aquele foi tomado por uma intuição não conseguirá explicar o processo de desenvolvimento desta mesma, porque não conhece a realidade integral do processo intuitivo. A dimensão da vida é muito mais ampla do que aquilo que se pensa, este é o motivo que faz as pessoas não entenderem o contexto lógico de seus próprios sentimentos o que posteriormente dificulta a base e o desenvolvimento das inter-relações familiares, conforme comentado anteriormente. A doutrina de Jesus, é fundamentada principalmente nas qualidades de relações sociais, o que inclui e direciona o pensamento de que a família é um primeiro alicerce de todo ser humano no tratamento que irá desenvolver em seu próprio psiquismo, sendo assim, temos que o médium tendo uma percepção integral de sua realidade psíquica interna, e da realidade físico-espiritual que o cerca, entende de maneira distinta e mais completa os acontecimentos que são vivenciados no relacionamento familiar.
Diz-se que todos são médiuns, o que é verdadeiro em potencial, seria como dizer que todos são artistas, médicos, sábios, dançarinos ou músicos em potencial. O que deve ser colocado em pauta é a necessidade ou não de desenvolver este potencial, que como todos têm em si outros fatores que influenciam de maneira benéfica e profícua, analisar a pré-disposição, o dom, a facilidade já impregnada no ser para o desenvolvimento desta qualidade é tarefa essencial para o bom encaminhamento da pessoa que está sendo vista sob esta perspectiva. Há casos em que o mais indicado é não desenvolver a mediunidade, pois seu desenvolvimento mesmo que seja logrado pode provocar repercussões negativas, por vezes até nefastas. Devido ao desenvolvimento intelectual e moral do individuo, a concepção filosófica e religiosa que se têm da vida é muito importante, sendo o primeiro aspecto necessário ao bom médium. É mais importante ter concepções morais elevadas que ser propriamente médium, pois estas concepções constituem as bases metafísicas dos valores da realidade, que são únicos e imutáveis. São as idéias perenes colocadas no evangelho de Jesus Cristo e em muitos outros livros sagrados de outras civilizações.
Os estados alterados de consciência já foram em parte explicados, é uma capacidade desenvolvida a longo prazo através de meditações, em que o sujeito se posiciona completamente estático, e utilizando-se de recursos intelectivos como orações passa aos poucos à entrar na dimensão espiritual. Não há momento certo para isto, é evidente entretanto que quem deve assumir o controle de suas capacidades é aquele que as utiliza, sendo inconveniente não controlar tal capacidade e ser invadido pela experiência em qualquer momento do dia. Vamos chamar isto de capacidade contemplativa, pois é a contemplação o fator primordial que ativa alguma ferramenta que permite a assimilação diferenciada do mundo. É provável que esta ferramenta seja a Glándula Pineal, ou Pituitária localizada no lobo frontal do cérebro, as últimas pesquisas realizadas por Dr. Sérgio de Oliveira têm-se referido à esta glândula ( que fora inclusive referida no livro mediúnico do espírito André Luiz ) como um vínculo com o plano espiritual, e que possui em si cristais de “Apatita”. Dissemos que é um desenvolvimento à longo prazo, o que é absolutamente correto, pois fazendo uma analogia podemos verificar que todo atleta de elite, seja em qual esporte vivencia têm como exigência básica para ser integrante da elite um treinamento árduo e prolongado, da mesma maneira se procede com o médium, que visa o desenvolvimento total de seu potencial, deve disponibilizar de todos os seus dias horas e horas de estudos morais e parapsicológicos e de vivência prática meditativa. Os estudos parapsicológicos são interessante por constituírem a base científica do que ocorre, dando explicações lógicas e racionais aos acontecimentos gerais da experiência mística, o que numa primeira instância seria considerado como milagroso ou extraordinário é agora, com a base científica, entendido como parte das leis da natureza. No entanto, eles só não são suficientes para a prática correta e digna da mediunidade, pois faz parte essencial do desenvolvimento das potencialidades mediúnicas o contexto moral e filosófico das principais questões que assolam e sempre assolaram a mente dos seres humanos de todos os tempos: as questões morte, vida, certo, errado, belo e feio.
No entendimento de nossas reflexões não é fácil nem rápido desenvolver mediunidade da maneira mais correta e proveitosa, muito pelo contrario, é tarefa árdua e difícil, passando a fazer parte integrante das vivências humanas desde o momento em que se prontifica para fazê-lo, é irreversível, pois o sujeito que passa a compreender a maior complexidade da realidade da vida não pode simplesmente retornar à um ponto anterior e fingir não conhecê-la mais, no objetivo de tirar um peso da cabeça. É justamente por isto que trabalhar a mediunidade não pode ser considerada atividade supérflua ou um hobbie como muitos acham, senão a coisa mais importante que pode haver no entendimento da realidade da vida, tanto no âmbito de conflitos internos como no contacto com realidades externas. Na medida em que as meditações vão sendo executadas, exige-se menos tempo para entrar-se em estado extático, ou seja: entrar em contacto com as realidades metafísicas do mundo. Esta maior facilidade em entrar neste campo espiritual é devida à um desenvolvimento progressivo que se faz em muitas e muitas sessões de meditação contemplativa. Os fatores fisiológicos que se desencadeiam nestes momentos são muitos podendo ser citado: taquicardia, mudanças de temperatura tanto maiores como menores, sensação de maior distância do objeto contemplado, sensação de menor distância, visão periférica e abrangente e tonturas. As percepções espirituais são: Visão dos campos auricos, visão do prana ou o que Edgard Armond chama de Energia Cósmica em seu livro: “Passes e radiações”, percepção de fluências energéticas em diversas partes do corpo, e por vezes através de todo o corpo com intensidades de diferentes proporções, o que Armond chama de “Balonnement” que é a sensação e estufamento do próprio campo áurico, também a sensação, quando se medita diante do espelho, de ser um indivíduo muito maior. As percepções de tempo e espaço são mais extintas quanto mais se chega num patamar mais elevado de meditação, ainda que durante a meditação possam existir variações de contacto e elevação espirituais, como no mar, em que as ondas se intercalam numa cadência onde ora o nível do mar está mais baixo ora mais alto.
É na noite, e na semi-obscuridade ou na obscuridade total que se desencadeiam a maior parte das experiências extra-sensoriais, numa breve observação frisa-se o fato de que a experiência de extra-sensorial não têm nada, pois há uma captação sensória da 4a dimensão. Os fatores que explicam o maior índice de ocorrências à noite podem ser explicados por causa da produção hormonal no organismo humano, que é diferente ao escurecer, produzindo maior quantidade do hormônio melatonina quanto maior é a ausência de luz, conforme Marlene R. S. Nobre em “A obssessão e suas máscaras”. Além da qualidade ou a intensidade de luminosidade no local onde se realiza a contemplação, um fator preponderante para a aquisição de resultados positivos é a utilização de músicas nas orações, podendo ser feitas mentalmente com cânticos de louvores ou mesmo de outro modo, é evidente que não será qualquer música que funcionará de maneira eficiente senão musicas específicas que devem cautelosamente, com muita consciencia e sensibilidade ser escolhidas pela pessoa que pratica meditação, estas músicas não são escolhidas ao acaso senão o fato de serem justamente elas as utilizadas é porque foram resultado de uma triagem de longo prazo e de vasto repertório. Isto ocorre deste modo com a música e com todos os outros procedimentos da meditação, pois meditar não é uma fórmula pronta que pode-se ensinar à outro de maneira específica, pois é algo peculiar e pessoal e é desenvolvido através de muitas meditações.
A música, quando já escolhida ( é claro que podem ser muitas e dos mais diversos ritmos ) trabalham juntamente com o pensamento delineando percepções e concepções do mundo e da filosofia de vida, mesclando vivências e sentimentos pessoais, Os temas musicais passam a ser ao mesmo tempo ondas de energia provindas do “prana”, assim como as frases da oração.
Recursos adicionais são possibilidades válidas no desenvolvimento da capacidade de expansão da consciência, na cultura oriental temos o que é denominado como “Mantras”, palavras ou frases com significado religioso repetidas constantemente e “Mudras” que correspondem à gestos específicos executados com as mãos no intuito de fazer fruir de distintas maneiras as energias do corpo bioplasmático através do chakra localizado nas mãos. No caso dos “Mantras” temos como correspondência na religião católica o “terço” que é de igual maneira uma prece repetitiva e constante, onde aos poucos o indivíduo, por causa do fator repetitivo, vai perdendo a noção de tempo, noção esta também pela qual é encarregada a Glândula Pineal. Outros subsídios ao afloramento da percepção extra sensorial podem ser a utilização de objetos sagrados como pedras, cajados, relíquias, contas, colares, incensos, terços. As imagens de contemplação são recursos repudiados por “Evangélicos”, e julgada como desnecessárias por muitos espíritas, ainda que sejam vínculos primordiais aos que desejam o desenvolvimento da mediunidade através do processo contemplativo, porque são imagens nas quais os olhos físicos se mantém fixos, e podem ainda fazer movimentar-se os conceitos, idéias, e valores morais e filosóficos do ser contemplador se acaso forem consideradas como sagradas, seja uma pequena planta, uma vela, uma formiga ou um santo específico, pois o mais importante neste coso é o valor fornecido ao objeto contemplado e não o objeto em si. Conforme dissemos, a vida só existe através da interpretação que o ser humano lhe aplica, e ela, por si só não existiria. O mundo é pois a interpretação que lhe é fornecida e não ele sozinho, isto é justamente o que dizem os dialéticos: a experiência empírica só é completamente entendida e definida pelos processos intelectivos que às amoldam segundo seus próprios parâmetros, recursos e possibilidades. Assim um mesmo objeto pode ter valores e sentidos completamente diferentes para duas pessoas, é assim que na Índia alguns animais são considerado sagrados enquanto no ocidente não, condiz esta idéia também ao valor diferenciado que o médium aplica às diferentes vertentes da vida, estes valores são definidos não somente pela experiência mística ou extra sensorial ( que é sensorial na realidade, já que o indivíduo percebe alguma coisa, e utiliza-se para isto de algum recurso sensório: a Glândula Pineal ), esta experiência mística, podemos considerar como uma experiência empírica pois é assimilada por um sexto sentido, e não é por si suficiente para fornecer ao médium uma concepção filosófica e moral, é necessário que suas ferramentas intelectivas estejam atuantes nestes momentos para que ele vá no decorrer da experiência aplicando sentidos e verdades à realidade que vivencia.
Deste modo, temos no campo das possibilidades existenciais o fenômeno físico e o fenômeno espiritual, sendo que tanto um quanto o outro estão sujeito à interpretação intelectiva, em que o sujeito através de um processo dialético dá sua versão à concepção final daquela realidade. A importância da experiência mística está num fato de importância inequívoca que corresponde em compreender à realidade segundo um modo mais vasto, completo e verdadeiro. A percepção é maior e melhor, o que antes era oculto não mais o é, como o surdo que passa à ouvir ou o cego que passa a ver, e descobre fatores preponderantes da mesma realidade em que vivia, criando para si possibilidades mais longínquas não só em seu entendimento do mundo como também em sua capacidade de interferência nele. É por isto que a mediunidade não é somente um recurso de experiência como de extrema funcionalidade para a humanidade, está impregnada na natureza humana e não pertence à qualquer religião, seita ou filosofia específica, assim como são parte da natureza humana os cinco sentidos já ampliadamente conhecidos. São descobertas novas possibilidades de atuação do ser como: Premonição, Xenoglossia, Psicografiam, Viagens Astrais e muitas outras, que quando bem utilizadas proporcionam à sociedades benefícios dos mais variados, não obstante quando mal utilizadas podem provocas males diversos.
Jesus Cristo fora o exemplo de médium do mais valorosos da humanidade, pois uniu os valores filosóficos e morais aos poderes mediúnicos, entrando numa atividade que visava uma profunda mudança política e ideológica.

A dimensão do mundo espiritual atualmente é infindavelmente vasta, coexistem teorias, seitas, religiões, idéias, crenças dogmas e misticismo dos mais diversos. Estes possuem muitos pontos antagônicos e díspares, no entanto é de grande interesse às nossas discussões que hajam na sincretuge geral de todos uma certa coincidência em muitos aspectos, se analisarmos efetivamente o corpo de cada religião filosofia, crença ou idéia notaremos com certo espanto uma harmonia difícil de explicar já que muitas delas não tiveram influência recíproca no decorrer da história. É de bom senso, e de lógica racionar considerar que no desenvolvimento da história houve também o desenvolvimento das religiões, conseqüentemente o desenvolvimento das idéias, que se tornaram cada vez mais complexas, e foram mudando conforme mudavam também os interesses políticos das classes dominantes dos processos ideológicos da sociedade, o que pode corresponder à uma mudança desinteressante na busca da verdade mas interessante na busca da glória do poder financeiro e das influências sociais e políticas. É viável crer que este distanciamento da verdade trouxe consigo uma busca pela ilusão ideológica, onde o que importa não é a completude do ser humano em seu aspecto integral e holístico, mas sim a ascensão financeira dos poucos que controlam o poder e os meios de influência em massa. Supostamente, na sociedade atual, tão desenvolvida tecnologicamente, e tão pobre espiritualmente, num tempo em que a bíblia é por muitos considerada como um atraso no mundo da moda, comercio, política e vivência estamos, mais do que nunca carentes das vivências morais de Jesus Cristo. É de extraordinária estupefação pensar que o evangelho é, após 2004 anos de existência um compêndio dotado das idéias e parâmetros espirituais, morais e filosóficos mais atuais que qualquer outra coisa de nossos próprios tempos, tudo isto ocorre porque os valores que nela estão impregnado condizem com os valores metafísicos humanos, as verdades eternas que jamais desfalecerão, muito pelo contrario: irão persistir e se intensificar cada vez mais até que finalmente se efetivem e sejam entendidos de maneira clara e precisa, sendo neste momento colocadas totalmente em prática.
É na abrangência filosófica e religiosa de nossos tempos que se encaixa grande parte de nossas discussões, já que o que está proposto neste compêndio é uma análise das diversas religiões sob a perspectiva espírita. Qual exatamente é a perspectiva espírita? É um modo específico de ver o mundo, que já traz si algumas idéias específicas que foram desenvolvidas através do método científico , iniciada por Allan Kardec que têm seu verdadeiro nome como Denizard Rivail. Logo concebemos que há idéias que já estão pré-concebidas, e para nossa análise das outras religiões já temos alguns pressupostos básicos como crenças e idéias, gostaria de frisar que todas foram fundamentadas em bases sólidas, desenvolvidas pelos métodos mais seguros, eficazes e corretos conhecidos e reconhecidos pela sociedade científica atual. E o leigo que se intromete de supetão e coloca opiniões oprobriosas de maneira precipitada pode por certo ser desconsiderado. A única refutação aceitável deve ser tão fundamentada quanto a própria tese, conforme o processo dislético atualmente conhecido desenvolvido por Popper.
A própria física atual desenvolve trabalhos em torno de universos paralelos, constituindo um total de 11 dimensões, com a teoria quântica que chega aos limites de seus estudos. Não é possível formatar a variedade total das idéias, teses e possibilidades da vida após a morte, o mais viável é compactar as similitudes de todas elas numa só obra, numa só idéias, que traria à tona o universo de idéias que entram em comum, mas que são em cada filosofia e religião expressas com máscaras diferentes.
A prática religiosa e mística é campo de estudo para as mais variadas ciências como a bioquímica, a física com estudo de leis magnéticas, elétricas e térmicas do corpo e a filosofia é o campo reflexivo destas duas vertentes anteriormente citadas, a filosofia é parte inicial e final pois cria as concepções mais vastas que podem desencadear novas idéias e por termos “finais”às experiências e estudos já realizados.
O caminho que percorremos atualmente, como já dito, é de grande desvantagem espiritual, ao menos na sociedade ocidental, as pessoas estão sedentas de espiritualidade e não sabem disto, tudo se enquadra no mito da “Caverna de Platão”, pois vive-se numa ilusão sem estar ciente de tal, a própria cultura é a culpada disto, pois é difundida à disseminar o valores humanos de forma distorcida: a sexualidade se transforma em “ fast food ” do prazer e perde sua união do amor fraterno entre os seres humanos e Deus, a alimentação se transforma na solução prazerosa para as ansiedades do “Stress”, o egoísmo é vertente quase que nata nas pessoas pela falta de valores evangélico e um mínimo de humanidade e sabedoria humana. Mas aqui neste livro, com a graça de Deus nosso protetor não se aplica uma visão pessimista da sociedade, senão um vínculo teórico para levantar sorrisos dos mais diversos nos leitores. Meus amigos: vamos nos entender, entender o mundo que nos circunda e entender à Deus recebendo suas verdades com o coração aberto e júbilo transparecendo nos olhos, é somente na busca de Deus que o homem se encontra e encontra com isto o mundo. Ó mundo belo e admirável, notaremos o quão belas são as flores e as nuvens do céu, num êxtase diletante a partir do momento que iniciarmos a contemplação benévola e verdadeira do mundo, dando o devido valor às relações sociais e à divina solidão, pois é na solidão que se ora e entra em contato com Ele. O mundo é belo, deveis crer piamente nisto.
Na hipótese da existência de outras dimensões coexistindo simultaneamente à nossa 3a dimensão existem aspectos importantes a ser ressaltados: a quarta dimensão seria a dimensão do pensamentos e dos sentimentos por assim dizer, onde o corpo não existe, ou existindo é composto de maneira peculiar e extremamente diferente do que é na terra encarnada. É certo dizer que um ser humano, no decorrer de sua vida vai de empirico à dialético, ou seja: Quanto mais velho e experiente é mais importante a interpretação que faz do mundo que o mundo propriamente dito, é como se houvesse uma tendência natural, provinda do desenvolvimento intelectivo e sentimental, em passar da 3a para a 4a dimensão. Nesta hipótese devemos rever todo o nosso conceito do que é realmente a vida, e da função que ela possui para conosco, e o que é viver. Esta reestruturação não é coisa nada fácil, pois trata-se simplesmente da coisa mais importante e preponderante que possa existir em nós: a própria vida.
Tendo esta nova concepção de realidade passamos a dar valores totalmente distintos ao que nos cerca. Pode-se dizer que o mundo real perde sua importância, tudo o que é real passa a ser visto como neutro na evolução do universo, pensando de maneira grande, abrangente, larga e infindávelmente elevada devemos concluir que o universo é e sempre será harmonia total, e que cada um de nós, unidades de seres, somos uma escassa sombra, apagada e imperceptível diante da infinitude de tantos sistemas planetários onde seres e sociedades vivem em outros planetas como se há de concluir por força das probabilidades estatísticas, e por uma lógica coerente e minimamente racional: Se tu jogares um dado infinitas vezes ao solo quantas vezes irá crer que terá como resultado o número seis? Assim é o universo, um cosmo infinito, e que somos realmente nós diante disto? Podemos intervir na harmonia já estabelecida desde todos os tempos? Com petulância pode-se dizer que sim, entretanto esta intervenção maléfica não estará fazendo parte do contexto harmônica? Para caçar deve o índio exaurir-se nos recônditos das matas, esta exaustão pode ser considerada um mal do ponto de vista de manter-se estático e cômodo, no entanto fisiologicamente é o que auxilia na aquisição e manutenção da saúde. Pode um bem ser confundido e considerado um mal? Pode o revés ocorrer?
A realidade se divide em duas vertentes: o mundo dos pensamentos e o mundo físico. Assim entendido é de bastante cuidado precaver-se dos maus pensamentos, pois os pensamentos são tão ou mais reais que o mundo sólido. Isto é o que causa o que Adous Huxley denomina “Santa indiferença” em seu livro Filosofias perenes, ou seja: a indiferença que os santos em geral têm para com o mundo físico, que é considerado a única realidade para o grande contingente da humanidade. Também se enquadra neste pensamento a postura de Don Juan para com as coisas do mundo no livro “Estranha Realidade” de Carlos Castañeda, quando diz que não se importa como as coisas se comportam.
Este nível filosófico não é fácil de ser atingido, pois não basta apenas entendê-lo mas sim vivencia-lo, é aí que entram em pauta as experiência místicas e religiosas que têm importância preponderante no desenvolvimento espiritual das pessoas, pois teoria sem pratica não é ainda algo real, ao menos em nosso plano de existência, talvez no mundo do pensamento, mundo dialético ou 4a dimensão a importância da realidade esteja não na experiência mais sim nos processos psíquicos que regem a vida, nas idéias e nas concepções. No entanto os encarnados vivem num plano onde o corpo é o instrumento de experiências do espírito, é assim que sem o corpo o espírito não têm a possibilidade de vivenciar experiência tão profundas. Se eu disser que a realidade é o que você pensa e não o que você sente através de seus 5 sentidos, que são as ferramentas de interpretação do mundo físico, que não passa de uma ilusão quê me dirás tu? Loucura? É certo que o ser humano não sabe todavia quais são todas as possibilidades de seu cérebro, que é respectivamente a área de mais difícil entendimento do organismo humano. Os resultados da comprovação de uma tese destas proporções seria estrondoso, e talvez descubramos estas coisas quando o cérebro for entendido com maior nitidez e detalhe. É evidente que o pensamento é realidade, e que inclusive consome energia através da glicogênio fornecido ao cérebro, no entanto a questão áurea neste campo é a discussão de até que ponto seria o pensamento uma realidade não no campo da dialética mas sim no campo da própria experiência psíquica, o que poderíamos denominar como empirismo psíquico.
No futuro o homem estará cada vez mais consciente das funções de seu próprio corpo, e terá uma percepção da realidade que o circunda de maneira mais apurada e correta. Neste momento, em que o homem descobre sua realidade a meditação não é só um processo de descoberta como passa a ser uma necessidade diária, que traz bons frutos conectando-o com sua realidade integral. É este o modelo humano ideal, que têm moral elevada e vivência espiritual que transcorre de forma tão natural que o médium chega a estranhar o fato de que outros não têm a percepção espiritual que ele têm do mundo.
É interessante notar a importância do médium enquanto sendo um intermediário entre o homem e Deus, perpetuando o elo entre Deus e o homem, assim como foram muitos sacerdotes em todos os tempos da humanidade, e como são atualmente os dotados de títulos sacerdotais nas mais diversas religiões, mesmo que estes não possuam necessariamente a mediunidade desenvolvida. O homem de fé tem um pouco mais de consciência da realidade do mundo, o leigo ou ateu vive no mundo, entretanto ignora a realidade espiritual, mesmo a pesar de estar sendo influenciada por ela, o que pode ser respectivamente causa de fatos e sentimentos não entendidos.
A realidade psíquica do homem se esconde sob um véu, que quando descoberto deixa transparecer um oceano em toda a sua profundidade, imaginem leitores o quão profundo é o psiquismo, ainda mais se levarmos em consideração a vasta quantidade de vidas já vividas, e toda a carga de vivências que foram acumulada no decurso de centenas e centenas de anos. Ou deveria dizer milhares? Devemos aqui levar em consideração o tempo que vivemos no campo espiritual, além do terreno, o que se aprofunda de maneira incomensurável na teoria da evolução em que perpassamos por inúmeras encarnações na soma de outros seres como pedras, plantas, animais numa cadência linear de progresso espirirual, pois espírito é a forma preponderante do ser, e carne o recurso de aprendizagem. Faria ainda outra pergunta instigante: Qual a importância do tempo na evolução do ser? Talvez o tempo em si não seja lá coisa muito importante, mas sim a evolução e a maneira como ela está se procedendo, o tempo no mundo espiritual é medido pelas ações e pelos sentimentos e não pelo transcorrer de minutos, horas e dias. Isto é perfeitamente demonstrável pelos estados de meditação, onde em determinado momento perde-se a noção do tempo e espaço.
Na construção de nossos conhecimentos devo dizer que o espiritismo têm seu valor especial em ser tanto filosofia quanto ciência, no entanto tenho, pessoalmente, e julgo que muitos leitores serão de partido semelhante, uma opinião retrógrada com relação aos chamados: “Romances Espíritas”. Esta problemática envolverá uma série de idéias, inclusive influência das massas. Assim como são vistos com maus olhos os dogmas e mitos da igreja católica pelos espíritas Kardecistas vejo com maus olhos os romances estes, pois são extremamente pobres em filosofia da morte, ainda que possam servir de excelentes passa-tempos para momentos de deleite intelectual. Não quero criticar de maneira ineficaz, mas instigar estes romancistas, sejam efetivamente espíritos desencarnados ou não à inserirem em seus romances o que é hoje comentado na física quântica e nas filosofias que discorrem à respeito das ciências que estudam a morte e a vida em suas completudes. O fato é que estes romances se tornaram válvulas de escapes aos sofrimentos sentimentais humanos, e a verdade pareceu ser esquecida, é evidente que mais certo seria dizer aqui que tão distinta é a realidade espiritual da física que impossível seria enquadra-la em romance, no entanto, quem lê sem saber ser um romance espírita nem irá perceber a singularidade tal é sua proximidade com os livros terrenos.
Falo aqui que as concepções de tempo-espaço deveriam ser recalcitradas constantemente nestes livros, e explicadas com maior constância, o que aliás não ocorre definitivamente. Os livros mais interessantes que lí com relação à morte provieram de encarnados, os desencarnados parecem ser mais eficazes nas explicações sentimentais e poéticas e menos nas teóricas, filosóficas e científicas. Isto se deve ao fato de que o mundo do espírito é o mundo dos sentimentos. Nisto tem razão o Dr. Larry Dossey, em um pequeno porém interessante volume intitulado: “Reencontro com a alma”, discorre sobre os aspectos científicos, poéticos e filosóficos da idéia de ser humano dotado de corpo e espírito, sendo que o espírito não é localizado nem no tempo nem no espaço, talvez seja mesmo devido à este fato que diz-se no plano espiritual que a vida na terra é uma verdadeira dádiva de Deus para reparos de erros e evolução com tarefas edificantes.
Seria por certo, inconcebível através dos processos racionais comumente usados descrever, definir ou entender o que se considera como vida no espírito, é nisto que consiste exatamente o erro crasso, pois romances são histórias descritas por processos intelectivos literários, e disto não escapam, ficam restritos à uma problemática de características sociais, sentimentais em torno da idéia simplista e dogmatica de bem e mal, deste modo pode ser dito que até o espiritismo que se julga Kardecista está cheio de dogmas, verdades já pré concebidas de como são as coisas, isto por certo é uma mixórdia pois a doutrina não aceita este tipo de procedimento. Os livros de temática filosófica existencialista das filosofias da Índia estão muitos passos à frente destes romances simplistas, ainda que a Índia seja um pais fundamentado em idéias mitológicas, a profundidade e alcance destas idéias são supostamente muito mais enlevadas que a descrição da vida como ela já é, ou melhor: como já pensamos que ela é, pois é este o ponto fundamental que não conseguem ultrapassar estes romances.
É certo que em qualquer religião ou idéia que temos existe um desenvolvimento e uma amplitude de alcance que pode ser aumentada ou permanecer estagnada, e que o grande contingente de crentes é o que mais pode influenciar no modo como esta religião é pregoada. Pois os interesses sempre serão atingir o maior número de pessoas no intuito de torna-las crentes e devotas. Neste sentido, a doutrina espírita de Rivail, a Parapsicologia, Física moderna e a bioquímica são os meios mais atuais de estudo e crença à respeito da morte, Deus, e mudo espiritual. É certo dizer, que pouco a pouco a ciência atinge a religião, e respectivamente a religião se fundamenta na ciência para explicar cada um de seus fenômenos. Não obstante a ciência sozinha não é suficiente para dar uma solução definitiva às verdades existenciais devendo recorrer para isto à filosofia.
Durante a Idade Média ( 400 – 1400 D.C. ) na mente dos sábios como Santo Agostinho, Averrois e São Tomás de Aquino retomou-se a filosofia Grega como um alicerce para as verdades cristãs, sempre na busca de uma explicação lógica para a existência de Deus. Já o Iluminismo foi o período em que a preocupação do homem voltou-se para si mesmo, e o conhecimento começou a fermentar-se na busca de verdades fundamentadas não somente em Deus, mas nas coisas por si mesmas: Galileu Galilei pisou audaciosamente na concepção do universo e em sua formatação. Newton efetivou as teorias gravitacionais. E apartir de então adotou-se o processo científico na busca pelas verdades e não mais o meramente filosófico, ainda que como visto o filosófico pode constituir ocasionalmente alavanca inicial irrevogavelmente essencial, pois toda teoria, por mais miraculosa e complexa que seja parte de uma simples sugestão. Os tempos de hoje não aceitam mais pois as velhas receitas de descoberta religiosa, entretanto as diferentes educações que recebem os diferentes povos são o que fazem surgir os métodos de conversão religiosa. Se um povo é pouco instruído não adianta explanar sobre aspectos complexos da filosofia, religião e ciência o que seria até pior pois dificultaria a inter-relação entre as duas partes. Caso o contrário ocorra: um povo seja muito bem estruturado intelectualmente não adianta tentar convencê-lo à aderir-se à determinada seita através de um processo simplista infundamentado nos parâmetros que este povo possui. Ainda que seja mais fácil que as pessoas mais instruídas compreendam as menos do que as menos compreenderem o que se passa com as mais, neste caso específico existe a possibilidade de um homem muito bem instruído ser participante de seitas mais simples, pois através de seus conhecimentos ele sabe com mais exatidão e abrangência que ocorre ali, um camponês dificilmente compreenderá caracteres demasiadamente abstratos já que sua vida em geral é empírica, e se convence mais através de processos empíricos como pantominas espirituais e misticas que com estudos teóricos e interpretativos.
Visto isto, chegamos ao ponto culminante deste tópico, pois é minimamente razoável crer, que devido ao crescimento populacional e à constante adesão de indivíduos à todas as seitas e religiões faz-se presente em cada uma delas uma abrangência de caráteres e gênios da mais eclética possível. O que faz nascer um problema, pois é necessário convencer à todos tentando utilizar os recursos que estão localizados não na religião mais nos próprios crentes ou interessados, pois o mais profícuo e funcional é “jogar conforme o jogo”, do contrário pode-se estar sendo ineficiente por falta de seriedade, complexidade e minúcia ou então do contrário há o risco de estar “jogando pérolas aos porcos”, o que estaria sendo tão inútil quanto a primeira situação.
A solução para este problema de interesses ecléticos dos participantes da ceitas está em oferecer uma gama de possibilidades, ofertas e idéias tão vasta quanto seja a que é demanada. As filosofias das religiões passam a satisfazer os mais diferentes interesses humanos, com a musica se ameniza os corações, a filosofia satisfaz o intelecto, a experiência trancendental dá margem ao extraordiário e reintegra o ser pelo abismo de diferença existencial entre o homem e Deus.
Se temos que em geral o público é composto de pessoas ignorantes não será necessário muito para convencê-los, se são intelectuais por certo os métodos deverão ser consideravelmente à altura de suas próprias concepções metodológicas para o entendimento do mundo. Assim, o caso dos “Romances Espíritas” pode ser explicado por esta explanação, pois é no público que está o interesse, e é o público que faz o que está sendo produzido seja tão bem sucedido e difundido, como temos que o grande contingente não é formado de cientistas em sim de pessoas interessadas nas desventuras e venturas humanas os romances estarão ambientados justamente nesta perspectiva e não em outra, do contrário não seriam vendidos. É o telespectador que seleciona o canal de seu interesse e não o canal que irá obrigar o telespectador a assisti-lo, do mesmo modo é o leitor que seleciona o livro que têm em sua constituição à essência mais similar à sua e não o livro que seleciona o leitor que quer.
Os romances são sustentados pelos público que os lê, e conforme isto ocorre fortifica-se ainda mais a mesma metodologia simplista que está impregnada nestes livros. Haverá por certo um dia em que o público estará melhor instruído nos campos da metafísica, filosofia e física e exigirá que as histórias estejam mais paralelas com as que temos já na terra, podendo com isto convencer mais os sábios, não precisando por isto ter roteiros menos interessantes ou ter menos sentimentos e afetos.
Um fator que contribui para que estes romances estejam restritos à discussão das problemáticas sociais, é que este foi respectivamente o campo onde mais atuou o Rabino Jesus de Nazaré, ou talvez nossas interpretações das parábolas estejam mais voltadas para a sociabilização humana por causa de uma necessidade de extrema urgência, onde o mundo necessita de justiça social e formação moral, pois as guerras são o cúmulo da falta de valores morais e sociais. O altruísmo parece desvanecer no mundo da competição, assim é viável crer que a tendência social dos “Romances Espíritas” têm como pressupostos a própria carência afetiva e altruística do mundo, e, apoiando-se nas idéias de Jesus formatou seu modelo, o que é de bastante sabedoria pois consegue assim abranger a grande parte das pessoas, que se preocupam com os acontecimentos afetivos de seu dia a dia, e acabam por transpassar esta dinâmica de suas vidas para suas crenças, que de metafísida nada têm senão os aspectos de justiça e moral, perdendo de todo os modelos existenciais complexos. O que ocorre comestes outros sistemas de explicação para a morte e Deus é que eles não somente são complexos como extremamente diferente da realidade atual, é também este fator preponderante para afugentar a maioria das pessoas, que se comprazem com o comodismo seguro e prazeroso de crer que tudo após a morte é bastante similar ao que é enquanto encarnado. Há medo e terror em crer em teorias, embasadas em filosofias, de diferenças marcantes com a vida atual, como crer por exemplo que a realidade é uma completa ilusão, que nos uniremos à um todo universal, que o universo está em constante expansão e um dia acabará, que nosso fim último é ausentar-nos das características que nos tornam peculiares: a personalidade. Que não existe tempo linear, nem espaço, já que um depende do outro. São teorias filosóficas e conceitos científicos que muito podem nos desagradar, por serem diferentes, mas que são em essência uma realidade mais complexa e convincente.
Ainda que haja esta condição distoante na condição que rege o princípios de vida de cada pessoa a simplicidade da vida é sempre um modo de viver correto e proveitoso, a intensidade da fé não demanda o desenvolvimento intelectivo do ser, e pode uma pessoa mais conhecedora ter menos fé que uma mais sábia, é mais fácil e intensa a fé não racional, porque se fundamenta nos fatores místicos e misteriosos, o que não é absolutamente errado, pois sendo funcional corresponde à melhor vivência que poderia decorrer no transcurso da vida, por outro lado o estudo da teologia e da filosofia são intelectivos, se distanciam da fé mística, que é tão importante quanto o estudo. Em nossas vidas temos que equilibrar os estudos com a divinização mística do mundo que nos cerca, que é efetivamente outra visão do mundo, permeada de outros valores, ideais e objetivos.
Na vida, as coisas mais importantes são as que são simples, não obstante preenchidas de beleza. Quê é a complexidade senão o aprofundamento na simplicidade? Pensando desta maneira a própria complexidade significa um procedimento de entendimento da simplicidade. Uma paisagem de simplicidade, quando contemplada em profundidade revela-se diante do ser contemplador como um mundo extraordinário, cheio de mistérios, e que a cada momento mostra, ora aqui ora ali, vertentes de sua profundidade. O segredo do bem viver está em adotar este procedimento de contemplador, notar a simplicidade e profundidade do mundo sem deixar a intelectualidade que é o método dialético que faz com que entendamos este mundo de experiências que no cerca, os mistérios são revelados não somente porque antes não eram contemplados minuciosamente, mas também porque o ser que contempla desenvolveu suas possibilidades intelectuais é dotado agora de uma ferramenta de maiores possibilidades para o entendimento do mundo, é como passar do programa “Dos” ao “Windous”, ou então passar de uma bicicleta de passeio à uma competitiva, ao possibilidades se ampliam, os recursos são maiores, e o entendimento do mundo é mais correto. Por isto a contemplação não depende somente dos procedimentos de concentração adotados no momento, ou dos extados sensoriais mais profundos atingidos no momento como também do desenvolvimento intelectual do sujeito, que lhe permitirá interpretar aquela gama de realidades que são sensóriamente recebidas com seus recursos intelectivos, pois é na razão que se entende a sensação. É pois na razão que está a última percepção do contato com o mundo, deste modo é como se transformássemos o intelecto em um sentido, o que seria errado dizer pois ele interpreta as experiências empíricas, lhes dá uma definição, um sentido, explicação e finalmente fornece um conceito do que ocorreu.
É a capacidade contemplativa que fornece à vida a condição de encantamento, fascínio, beleza e virtuosidade que são respectivamente características que fornecem o prazer de viver, a magia que nos transforma em seres de intensidade total naquilo que fazemos, seja o que for. A fé é um fermento que não depende de razão, mas sim do coração, dos sentimentos e da constância, repetição, insistência e persistência, pois fé também é algo que se desenvolve, um homem fé trabalha durante toda a sua vida em torno da verdade espiritual utilizando todos os seus recursos, como assim diz Jean Lafrance em seu livro Reza ao Pai:
“A experiência cristã inscreve-se também num devir, porque se desenrola ao longo de toda a vida. Se comporta uma dimensão de profundidade, porque interessa a totalidade do homem ( inteliGência, coração,corpo, vontade, liberdade ), comporta também uma dimensão de comprimento e de largura. Isto quer dizer que fazemos e experiência de Deus no desenrolar de nossa história pessoal e social. A experiência cristã inscreve-se no interior de um movimento dialético e histórico.”
Notamos aqui que a experiência não é somente relacionada à emotividade como também ao intelecto, pelas causas que antes fora explicada, e confirmadas de forma sábia por Lafrance. A fé, é um processo que se desenvolve no decorrer da vida de uma pessoa, nas diferentes sociedades há diferentes posturas para com a questão espiritual, e, se efetivamente os médiuns são vínculos do mundo da matéria para o mundo do espírito, e estes tenham uma ferramenta que lhes permite este vínculo chamada “Glândula Pineal”, é certo dizer que um amante dos vinhos é mais sensível ao odor, um amante das pinturas é extraordinariamente apurado em sua capacidade de visão, um atleta é aprimorado em sua percepção sinestésica e um músico na audição temos que o médium é indivíduo fora de série no que se refere às percepções espirituais.
Assim como em cada uma das modalidades anteriormente citadas há um desenvolvimento para melhor se perceber através de algum órgão, que decorre com um constante treino e vivência prolongada naquela modalidade específica, decorre que a mediunidade não foge à regra, e o médium é tão melhor quanto tenha sido seu contacto com o processo mediúnico. Tendo em vista todos estes fatores, num âmbito mais abrangente, cada sociedade dá distintos valores aos mesmos fatos da vida. É muito diferente a visão de espiritualidade de um índio Xamã que de um católico ocidental, Budista, Bramanista, Jainista, Yogui, Evangélico, protestante ou de uma tribo de índios amazônicos. O que pode decorrer das diferênças de concepções? As concepções são o que forma a vivência a ser seguida, em cada caso há uma vivência específica, um processo de contato com o mundo espiritual, despertado pela concepção filosófica e às vivências. Há sociedades em que a vivência espiritual é maior, o que poderia decorrer em um índice de médiuns maior, pois é a vivência que treina o órgão perceptivo. Há a necessidade premente da ciência chegar logo às conclusões de conceitos que a religião sempre possuiu, sempre possuiu porque o homem desde sua criação sempre soube de maneira instintiva e inconciente de sua realidade maior, pois do contrário nossa sociedade continuará sendo educada na concepção materialista, com isto as vivências espirituais continuarão nulas, e o desenvolvimento da mediunidade será parco senão nulo igualmente. Este conceito pode explicar de maneira bastante racional que na Idade Média o povo era crente na verdade da igreja Católica, e tinha a pia crença de que a oração era remédio para todas as enfermidades ou problemas morais, o que é absolutamente lógico pois eles mesmos eram educados segundo os valores espirituais, o que lhes aumentava em intensidade e quantidade as experiências e vivências espirituais, aumentando respectivamente o potencial da Glândula Pineal e transformando-os em médiuns das categorias mais elevadas, e se houve maior ocorrência de milagres nesta época isto não é devido somente à ignorância da população e à ingenuidade, mas também à um sistema educacional espiritual que faz desenvolver no cérebro a área responsável pela trancêndência.
Aquele que sabe quais são os poderes ou possibilidades psíquicas que lhe compete utiliza-as de acordo com os conhecimentos que delas possui, o problema do médium é não entender os poderes de que é portador, o que pode ser termo para muitos desentendimentos e situações não edificantes, pois o principio mediúnico deve ter como base a filosofia cristã, e não as idéias vãs das quais está o mundo permeado. Aprender a ser médium não é tarefa fácil, pois o sujeito deve manusear ferramentas que não está habituado a utilizar, é por isto mais fácil fugir à mediunidade e às questões espirituais que enfrentá-las de modo sábio e consciente. Pois a vertente mediúnica e as características psíquicas mais profundas do ser estão de tal sorte mescladas que acabam por fundir-se numa só questão, e quando decide-se definitivamente que há necessidade premente em tornar-se médium não trata-se de uma simples brincadeira espiritual, mas uma vivência psíquica das mais profundas, que irá mudar a percepção de vida do sujeito cutucando as questões mais sensíveis desta pessoa, “pisando em seu calo” como se diz em vocabulário vulgar.
Uma pessoa portadora de epilepsia pode ter como causa uma mediunidade mal controlada, a epilepsia corresponde à uma modalidade de disfunção do sistema nervoso central que têm como repercussão convunsões e espasmos musculares que ocorrem sem o controle do sujeito, de modo que extrapola-se uma energia latente mal impregnada, seria esta uma energia espiritual acumulada devido à falta de saber como utiliza-la por parte do sugeito. Saber controlar esta energia é o ponto crucial das pessoas portadoras de epilepsia não somente para suas curas, mas principalmente para o desenvolvimento dos poderes psíquicos que são portadoras em potencial. Pois Deus, sendo bom e justo, criou um universo harmonioso, a desarmonia é apenas uma má interpretação do mundo, o mal é a má utilização do bem criado por Deus.
Também é erro julgar que qualquer disfunção humana tenha como causa obssessores espirituais, que estariam em tese retribuindo um mal causado em vidas anteriores. Ser redundante desta maneira é negar as potencialidades psíquicas humanas, nascer é como ganhar um aparelho eletrônico sem manual de instruções, ser médium é como ganhar um aparelho eletrônico um pouco mais complexo, infelizmente também sem manual. Assim é no caminho que a vida nos dá que vamos paulatinamente enfrentando diversas situações, aprendendo com erros e rejubilando-nos nos acertos, o intuito da vida é acertar um manual próprio, até que saibamos com exatidão o modo mais adequado de proceder diante das diversas situações. O que é mal? O que é bem? Quero ser impertinente enquanto à estas duas questões, pois sabe-se que Deus é bom e justo, conforme dito, o mal, segundo estas prerrogativas só poderia ser uma distorç~`ão interpretativa do bem criado por Deus. O mundo que conhecemos é assim porque só entramos em ontato com ele através da análise, interpretação e assimilação, a criação da miragem do mal se dá durante o momento da interpretação do mundo, pois o mal absolutamente não existe sequer enquanto criação humana, não se cria nada deste termo, pois tudo aquilo que se considara nefasto é ilusão, miragem, imagens distorcidas do próprio bem que podem ser desvanecidas com a interpretação correta do mundo, que está colocada nas palavras de Jesus Cristo no Evangelho, pois este foi um grande médium.
O mal é falta de carinho, falta de amor, é a criança que se faz de teimosa por não ter carinho dos pais, o amor desvanece qualquer tormento, a luz de uma vela pode iluminas um quarto inteiro, deixando-o dourado. Sim! O amor é a solução à ilusão do mal, que o ser humano imagina criar ou existir. Basta pedir com conviccão, fé, esperança e sincera crença que os espiritos de luz que abitam as estrelas mais longínquas do universo acudirão o tormento de nossas almas, criados por nossas próprias ilusões, que estes guias sejam abençoados em suas tarefas de auxílio.
A maior dificuldade dos médiuns não está em conceitos filosóficos nem em potenciais latentes mas sim no âmbito moral, esta é a chave mestra da ordem de importâncias da filosofia espírita, é no coração que reside o ponto nevrálgico dos problemas humanos, não é na mente tampouco no corpo, sim, é no coração. Pois o coração é a própria alma, são os sentimentos mais profundos do ser que definem seu caráter benévolo, justo, correto, elevado e grande de alma. A vida espiritual é mais arraigada do fator vontade que de qualquer outra coisa, a vontade é a primeira semente que Deus plantou no barro, para fazer surgir a partir daí todas as outras coisas que conhecemos em nós. A metafísica última do homem está na vontade. Conforme concluido em meu último livro “A corrida e suas nuançes” no capítulo sobre religiões através de extensa teoria que criei por uma miscigenação discursiva sobre arte, filosofia e motricidade. Se é da vontade que tudo parte é na vontade que está o principio de tudo, a vontade é o fogo que cria as coisas, efetivamente queima a alma e faz sentirmos vasta gama de sentimentos, dizer: - Eu quero isto! É mover-se de um lado à outro, é a mudança que corresponde a migração de um estado à outro, de uma realidade à outra.
A vontade vêm antes do pensamento, é uma chama todavia mais sagrada que este, assim nos incita Carlos Castañeda em “Uma extranha realidade” quando entrando em estado alterado de consciência diz não conseguir-se mover-se apenas pelo pensamento senão por uma vontade oriunda do âmago de seu ser.
Os problemas morais dos médiuns só podem ser decorridos de falta de vontade para enfrentarem seus problemas psíquicos mais profundos. A humanidade caminha sempre para o bem, pois este é o fim último do ser humano: conhecer à Deus cada vez mais intimamente. Os médiuns são elos de contato entre o mundo dos mortos e dos vivos, são a segurança e prova de que nós encarnados passaremos à outras realidades após a morte, e o que nos deixa mais apaziguados com relação à isto, ainda que esta passagem nos abisme causando à muitos um terror de mensuras desproporcionais, como dito antes tudo dependerá de interpretação, a morte pode ser vista como grande vilã ou bela experiência e passagem à vidas de condições diferenciadas e desconhecidas, pela própria incapacidade dos processos racionais e intelectivos. Prova disto está no livro: “Os sertões” de Euclides da Cunha, quando disserta sobre a mistura religiosa ocorrida no sertão nordestino, de modo que quando uma criança morria festejava-se, conforme descrito:
“O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam as violas na cabana dos pobres pais, jubilosos entre as lágrimas; referve o samba turbulento; vibram nos ares, fortes, as coplas dos desafios; enquanto, a uma banda, entre duas velas de carnaúba, coroado de flores, o anjinho exposto espelha, no último sorriso paralisado, a felicidade suprema da volta para os céus, para a felicidade eterna – que é a preocupação dominadora daquelas almas ingênuas e primitivas.”
Morrer é pois festa, e não lamentos e tristeza: Quê desejais à um ente querido que vai à belo e encantador país? Sorte e muitas felicidades, pois tão maior será sua bem aventurança quanto melhor esteja ele hoje de bem com a vida. Aproveita-se melhor a visita à novo lugar quando estamos dispostos e bem conosco mesmos, pois aproveitar o que esta fora de nós é nosso compromisso, e não há belezas que obriguem alguém a aproveita-las. A morte é bela aos que são belos de espíritos e mal aos que são deste modo, as expectativas que colocamos na morte fazem dela aquilo que pensamos que será.
É fácil dizer, conforme o provérbio romano: carpe diem, no entanto quê é aproveitar o dia? Pode-se ter infinitas concepções deste ditado. É somente quando estamos satisfeitos, plenos, sem dívidas para com nossa consciência que podemos dizer que fora bem aplicado este termo. Aproveitar é satisfazer o espírito e suas necessidades morais acima de tudo. A moral se aplica nos conceitos de certo e errado, justo e injusto.
Estamos aqui neste planeta para trabalhar, facere, e não para outra coisa. Uma missão designada à cada pessoa, para completar um contexto integral e abrangente que se chama humanidade, aceitar e respeitar os preceitos humanos de benevolência, caridade, fraternidade, harmonia, altruismo e labor incessante é saber viver. De fato é preciso saber viver, não se deve viver de qualquer maneira, desregradamente em busca de prazeres pessoais ou vantagens pessoais, mas sim pensar naquele que na rua passa fomes e misérias, naqueles que sem culpa pagam pelas guerras alheias. A injustiça está difundida em nosso mundo de maneira pecaminosa e errada. Ertradicar o mal é função dos bons samaritanos, que são todos aqueles que se prestam à auxiliar o próximo sem qualquer constrangimento ou pretenção de vantagens pessoais. Não depende de religião ser justo, mas sim de humanidade, aquele que prestar um mínimo de atenção perceberá com facilidade que os valores humanos mais elevados condizem exatamente no que está dito pelos valores espirituais, aliás nós mesmos encarnados vivemos no mundo dos espíritos, não somente porque entre nós volitam espíritos desencarnados dos mais diversos, mas principalmente por sermos nós mesmos espíritos, e carregamos conosco, em nossa consciência mais profunda a caraga psíquica de centenas e centenas de encarnações. Esta carga de sabedoria está sempre conosco, até dos interstícios que passamos em aprendizagem e estudo nos planos da 4a dimensão, por tudo o que foi dito, é com bom senso que concluimos que as preocupaç~```oes humanas são as mesmas que as espirituais, pois em seu âmago também são espirituais. Assim, a criação da ONU ( Organização das Nações Unidas ) por exemplo é uma das belezas humanas paralelas aos conceitos espirituais de paz, justiça e fraternidade, é evidente que o ser humano encarnado está sujeito às desvantagens da carne, como os prazeres fáceis e rápidos, podendo muitas vêzes perder a profundidade espiritual, é assim que as constituições, impregnada de justiça são muitas vezes desrespeitadas, por causa da malicia, cobiça e fraquezas humanas.
A solução está na série de espíritos iluminados que nos vêm, ensinar com seus exemplos santos os procedimentos certos à tomar. Estes espíritos não encarnam somente em funções religiosas como em todas as funções dignificantes existentes na terra.
Não há como negar a passagem de mestres deste calão no mundo da música. Quê dizer de Bach, Vivaldi, Mozart, Bethoven, Tchaikovsky, Mussorgsky, Rimsky-Korsakov, Edvard Grieg, Schumann, Elgar dentre outros infindáveis mestres da música, que nos ensinam através não da palavra, mas de um recurso de maior alcance nas verdades transcendentais, que a vida possui sentido profundo e cheio de detalhes, é justamente na imersão de nossas reflexões nestes detalhes que desobriremos as belezas da vida, o sentido mais profundo está arraigado no detalhe, na capacidade de imergir num determinado assunto seja por reflexões filosóficas ou partituras musicais.
A música é por certo uma vivência muito mais próxima do mundo espiritual que a palavra, não à toa muitos se utilizam da música para suas meditações na busca pela ascenção espiritual. Não obstante, estes mestres do planeta terra não transitam apenas pelo setor da religião ou da música senão na literatura nos deparamos com sábios de envergadura ímpar, que nos ensinam a amar através das reflexões mais abstratas a que a razão pode chegar, com uma linguagem totalmente diferente da vida empírica que vivemos as reflexões podem chegar mais perto de Deus que a vida empirica, sendo empirica faz-se tosca e primitiva, e necessita de recurso adicional criado pelas capacidades humanas de expandir-se em devaneios racionais intelectivos ou musicais intuitivos e emotivos. Os recursos adicionais de que o homem dispõe para refletir sua realidade são o único modo que ele têm de chegar à Deus. Até mesmo a idéia de São Francisco de viver totalmente empiricamente é dependente de um recurso adicional: a oração! Orar é um vínculo para chegar à Deus, não é Deus propriamente dito, mas uma ferramenta para à ele chegar. Assim, pode ser dito que o contato cru e nú com a realidade não existe, sempre seremos dependentes de recursos adicionais, e quanto mais complexos são estes recursos e nossa capacidade de ativá-los e utiliza-los é certo que mais próximos de Deus estaremos. Assim, temos que no livro “O pobre de Deus” que reconstrói a vida de São Francisco de Assis este diz que sua vida é como um arco que se enverga até quase estourar, ou seja: chega aos limítes da capacidade e potencial de orar, quando fica dias em uma caverna, na obscuridade, em jejum orando e entrando em contato com seu psiquismo total nos dá mostras de que as ferramentas de que dispomos para entrar em Deus devem ser bem utilizadas.
Os recursos mais complexos são os mais belos, cheios de sentido e arraigados de vida verdadeira, por vêzes apresentam aspectos obscuros ou tristes, não obstante tudo o que compõem a vida deve ser percrustado com seriedade total. Há muita gente despreparada para entender as filosofias perenes do mundo, estes se equivocam no campo da simplicidade. Para entender música clássica, nas suas mais variadas nuançes deve haver um processo educativo, do contrário o sujeito não sentirá prazer ou a profundidade deste estilo musical. Da mesma maneira, para se entender a profundidade de detalhes, belezas, mensagens, cores, e variações de uma árvore há de haver um processo educativo de contemplação por muitas e muitas vêzes, somando-se horas de contemplação podemos encontrar Deus nas coisas mais simples da natureza, que em sua profundidade são de complexidade inescrutável.
Percepção sutil:
A contemplação é uma capacidade do ser humano, que pode através dela extasiar-se com a beleza do mundo. Quêm hoje, em nossa sociedade fica três horas contemplando uma só paisagem? De um só ângulo visual, no entanto percebendo todos os detalhes daquela paisagem... Isto é a contemplação espiritual que leva à estados de realidades diferenciados e mais completos, pois a vida encarnada é uma pessoa que olha o mundo verdadeiro por uma janelinha, e quando consegue, ao menos de maneira parcial, libertar-se do corpo, percebe detalhes que doutro modo lhe era impossível, as distâncias e o tempo se desvanecem e não mais existem. O coração palpita forte numa profusão de sentimentos desconhecidos ao cérebro corporal mas já inseridos no espírito desde tempos remotos numa verdade mais ampla e vasta que aquela que pode o corpo suportar, a mente abrange um ângulo de visão quase que desproporcional àqueles que podem os olhos do corpo, tudo se vê, cores iridescentes pulsam em meio à escuridão da noite, tontura sobrevêm às imagens que se tenta penetrar, logo o mundo físico desaparece diante de infindáveis manchas coloridas, que nada mais são que a verdade espiritual do mundo. Sentindo as energias pulsantes do corpo perpassarem os chacras logo não mais se sente o corpo, ora o corpo está dilatando ora não está mais em sí, é neste momento em que não se sente mais o pulsar do coração. Pela lógica condui-se que o espírito “desapegou-se” do corpo. É como se o mundo, o universo numa concepção mais ampla estivesse permeado de um mar de energia, que é invisível aos olhos da maioria, e que para poder ver esta energia que se movimenta como ondas há a necessidade de um treinamento específico de meditação contemplativa. Mas qual a importância desta experiência? Irás pouco a pouco atingir níveis mais profundos de êxtase espiritual, e será também mais fácil chegar aos mesmos níveis, ou seja: demanará menos tempo para chegar ao mesmo nível de clímax espiritual, é o treino da capacidade de concentração, onde atravéz de um processo que envolve a divinização, ou o valor espiritual impregado ao objeto visualizado, o modo como se coloca o foco pode ser também de diferentes modos, pode ser um foco mais concentrado num ponto, ou um foco mas abrangente, que cerque tudo o que possa ser visto, por incrível que pareça, nestes estados o sujeito consegue ver à tudo ao mesmo tempo, e notar ao mesmo tempo os movimentos e mudanças que ocorre em tudo ao mesmo tempo, é uma situação pouco dificultosa para se descrever, pois contemplando uma árvore por exemplo consegue-se notar todos os detalhes que ocorre à ela ao mesmo instante, todas as folhas que se movimentam com o vento, assim entra-se na percepção mais profunda dos campos energéticos espirituais, onde grandes redomas coloridas semitransparentes de cores muito vivas ora parecem querer cobrir o campo de visão obumbrando o mundo físico, ora desaparecem deixando-o novamente visível, como se fosse um coração palpitante que tivesse vida própria. No corpo outras sensações sobrevêm como: ânsia de vômito, tonturas, calores, frios, e energias entrando pelo topo da cabeça. Há um patamar áureo a ser atingido, um estado onde não mais se sente o tempo passar, nem se percebe ao certo a noção de distância, esta é a fuga do espírito, quando se está fora do corpo, e por isto não mais se sente ele. A postura moral é de profunda prece, onde objetivos maiores da vida são a meta a ser alcansada, mesmo que sejam objetivos ddesconhecidos à razão do corpo há uma chama maior que é ciente das verdades imersas na consciência espiritual, é por isto que aos poucos parecem ser descobertas novas sensações na medida em que se ora, pois o ser vai entrando em contato com sua realidade espiritual. Há para isto recursos auxiliares utilizados. A cafeína, o álcool e outras drogas são recursos utilizados como facilitadores. Não quero aqui fazer apologia, no entanto muitas drogas, é fato real, são utilizadas em cerimônias de índios das mais diversas tribos para encontrar o mundo oculto aos olhos do corpo e com ele interagir.
TÊm-se a impressão de que os habitantes do mundo espiritual de intenções malévolas para com os encarnados estão em relativa vantagem para praticarem seus atos oprobriosos, mas não há qualquer vantagem, porque seus corpos sutis são invisíveis, mas seus atos e seus sentimentos não são invisíveis, é aí que temos de trabalhar para ter a percepção de que está ocorrendo em nosso redor, se há ou não uma possível interferência, se houver de caráter desrespeitoso às humanidades trabalharemos com todas as forças que nos são inerentes para curar esta ferida, a oração fervoroza, provinda dos recônditos mais profundos da alma é recurso de inegável alcançe, as idéias serão plasmadas numa imagem de força incontestável, a qual não poderá ser detida pela mesquinhez que é o mal.
Oração :
Extirpa senhor o mal deste mundo, perdoa senhor quaisquer mal que porventura tenha minha mísera alma cometido em outra vida. Fazei de meus inimigos amigos senhor. Que a tua paz faça os mais duros de coração desmancharem-se em lágrimas arrependidas. Faze senhor, faze por favor que a paz esteja presente. Nós voz pedimos senhor. Dá-nos este pão, o pão da paz. Trabalharei sim, farei minhas obras com louvor à ti, pois dotaste-me da semente inicial da vontade, esta será a combustível de minha locomotiva para que a vida seja bela e harmoniosa assim como deve ser. Ó quão ignorante é a alma humana, no entanto sempre haverá luz meus irmãos, nunca desvaneceremos pois além da vontade que é o inicio de tudo Deus nos providenciou a esperança, surgida da caixa de Pandora esta é a vontade que retorna após as armaguras, e se levanta uma vez mais. Só uma alma imbecil continuaria a cometer o mesmo erro vezes a fio, quê fazes então tu alma equivocada? Porque hei de suportar tuas aventuras errantes? Crês que tua justiça é maior que a de Deus? Crês que teus erros consecutivos acrescentarão algo de bom ao mundo e mesmo à ti? Faze então de arrumar-te, põem-te no lugar, escuta aos que te querem ajudar, pois eu mesmo agora me sinto comovido, e vejo que teus erros não passam de criancices duma alma mal compreendida, vamos que já é ora, levanta-te e anda. Não hei de esperar, hei de amar-te, então verás que minhas intenções são verdadeiramente benévolas, auxilia-te que eu te auxiliarei. Em nome de Deus, escuta as palavras que são aqui proscritas!
Não é crime utilizar-se da retórica para proferir uma oração bela, conciente e racional, no entanto a oração é recurso mais profundo que o degrau até onde chega a razão, está relacionada com nosso consciente total, reunindo toda a problemática espiritual, é por isto que a razão não pode chegar até onde vai a oração, ainda que a oração utilize-se da razão para ter um parâmetro de formulação inicial. A oraçào não tem a necessidade exclusiva de sempre fundamentar-se na palavra, podendo ocasionamente formular-se através de processos musicais, ou mesmo através de processos físicos: neste caso a auto flagelação é maneira bastante eficiente de chegar-se à deus, assim como as penitências e a peregrinação são meios distintos de atingir-se a verdade trancendental, não devemos dizer que este ou aquele método são errados sem antes conhecê-los em toda a profundidade, as diferentes culturas do mundo têm a tendência precipitada de julgarem as vias de trancendência com diferêncas visíveis como sendo errôneas, e por vezes até ilógicas, no entanto elas partem de seus próprios pontos de vistas, e atravéz de eus parâmetros julgam as outras culturas, quando na verdade deveriam para isto utilizar os parâmetros daquela própria cultura, caso contrario este desentindimento desnecessário permanecerá.
O vocabulario, as expresões, o modo como as idéias, pensamentos e sentimentos são colocadas nos papéis podem emocionar. Assim como do sexo puro pode porvir um laivo de romantismo, amor ou união sentimental. É portanto errado julgar as coisas sem antes estuda-las minuciosamente, ai daqueles “bocudos”que logo que pensam ser adequado colocam suas opiniões sem antes haver estudado profundamente o tema. A importância do mundo físico parece ser nula perto do mundo psíquico, tal ocorre porque podemos nos emocionar tanto com uma declaração dum romance lido como dum fato real ocorrido no mundo físico. Não são tanto um quanto o outro fatos reais? O escritor não impregnou no papel todo seu psiquismo? Aquele que lê envolve-se com uma ficcão colocando nela seu coração e sua mente, podendo emocionar-se e fazendo com que as palavras se tornem realidades desses pensares e de seus sentimentos. Em virtude disto pergunto: O quê devemos entender por realidade? O mundo físico? A arte em todas as suas variações são realidades ou são definições interpretadas da realidade? Creio que a realidade nua e crua não exista, a realidade seria nesta hipótese constituidas apenas das interpretações humanas de suas experiências empíricas, logo a realidade sempre será subjetiva, e sempre uma interpretação. É por isto que somos nós que construímos a realidades, nós a formatamos segundo nossas próprias vontades, Jesus disse: - Vós sois Deuses e não sabeis. – De fato, Deus criou o mundo a partir do nada, já que antes nada podia existir senão Ele, assim nós mesmos somos parte de Deus, logo somos Deus e como é Deus que cria o mundo este processo de criação é contínuo, nós criamos o mundo segundo nossos psiquismos. Assim é confirmado por Dr. Larry Dossey em seu livro “Reencontro com a alma” quando cientificamente comprova-se a influência do cientista em sua própria experiência por causa de suas expectativas.
Assim, a importância que se dá à uma retórica na prece é tão maior quanto seja a importância dada à este tipo de expressão por parte do orador. A importância dada ao sexo é tão maior quanto à noçào espiritual e trancendental que se tenha desta união fraternal e bela, unindo por forças do prazer e do amor dois entes. Tudo depende de quão importante é aquilo para tí e não simplesmente daquilo. A música “Heavy Metal” pode ser de belezas indescritíveis em sua força majestuza, sua imponência e energia podem gerar atitudes das mais inesperadas e belas, tudo depende tão somente da interpretação que se têm daquilo. A realidade é a interpretação! Notar as belezas do mundo depende de nós, de como interpretamos o mundo. Podemos citar que numa cidade, por exemplo, há gente que não dedica um ninuto sequer à contemplar a beleza das nuvens, uma beleza que é incomensurável, de proporções inumagináveis. Por quê este triste proceder ocorre? Nossa sociedade infunde na cabeça dos cidadãos idéias das mais descartáves possiveis, o sexo é apenas a busca do prazer imediato, a comida não deve ser apreciada vagarosamente em quantidades moderadas, apenas para satisfazer as necessidades do corpo, mas dim devorada em quantidades excessivas de glicose, com o conceito de que quanto mais melhor. Deixando dostante este mundo, vamos divagar na realidade da essência humana, o brilho nos olhos, olhos nos olhos, humanidades, altruismo e finalmente andando apressadamente nas ruas um sugeito para e olha acima contemplando de maneira embasbacada a beleza e grandiosidade de formações de nuvens. Por certo é coisa difícil de se ver em uma cidade. As crianças, em geral até os 10 anos têm largo interesse pelas grandes questões da natureza, o que se desvanece pouco a pouco, até sumir completamente ao tornarem adultos, mas sào estas perguntas que não podem sumir de nossas mentes, devemos trabalhar toda a vida em torno disto. Quais são as proporções do universo? Quêm somos nós exatamente? O quê é a morte? Há tantos mistérios na vida, e o homem ocidental anda tão perdido em suas preocupaç~`oes mesquinhas, e em sua idolatria pela tecnologia que nota-se uma sociedade corrompida de valores, que se desagrega de sua própria natureza.
Como dito aqui Não será colocada qualquer visão pessimista, senão muito pelo contrário dar-se-á a visão facilitadora do encontro do homem com sua realidade essencial, a metafísica e a filosofia eterna das leis divinas são o único caminho existente no universo, sendo os outros ilusões criadas pelas mentes desordenadas. A vida é um verdadeiro enigma, é por isto que queremos viver, do contrario estariamos enjoados dela, são segredos dos mais diversos desvendados constantemente pelo ser humano em sua aprendizagem na terra. O homem conforme cresce muda sua perspectiva de vida, este é o segredo, pois assim os objetivos mudam constantemente, e as noções que se têm à respeito das mesmas coisas vão ficando cada vez mais aprofundadas. A coisa mais bela que pode existir em alguém é que tome sempre a atitude de criança perante o mundo, vendo as coisas sempre como novas e estonteantemente enigmáticas, interessantes, belas e espantosas por suas magnitudes e perfeições. Esta atitude curiosa e infantil se aplica tanto às crianças quanto aos filósofos, a alegria sincera de coração provém desta postura para com o mundo. Tudo é novo, tudo é um contato do momento que deve ser feito em toda sua intensidade utilizando-se de todos os recursos disponíveis no momento. As crianças nos ensinam à beleza do viver com alegria, tudo é novo e belo. Nos dias que fiquei toda a noite desperto em meditaç~`òes, leituras e composições musicais tive uma maior percepção desta realidade tão bela que é a vida, extasiar-se com os mais mínimos detalhes, com as mais pequenas palavras, com uma árvore, uma flor, a beleza da tonalidade das copas e uma percepção sutil do campo psíquico que voa ao como um mar. A beleza do contacto entre os seres humanos, da importância nas relações, tudo isto é uma possibilidade real de nós humanos, infelizmente parece que enjoamos da vida e começamos a ver tudo de forma monótona e sem vivacidade, sem graça. Mas que é a vida? Esta coisa igual e enjoativa que fazemos todos os dias? Trabalhar e descançar ao fim de semana? Não meus queridos leitores, é algo infindávelmente maior, fora daquilo que nós mesmo poderiamos conceber, pois nossas ferramentas disponíveis para a concepção da realidades são na verdade extremamente limitadas dado ao nível de desenvolvimento da humanidade. Perceber as belezas do mundo, incluindo nele toda a cultura humana e a natureza de Deus é tarefa necessária para evolução de cada pessoa. Sorrir com sinceridade, gargalhar é muito bom, ainda que a atitude reservada, séria e tranquila sejam também vertentes e sinais de evolução moral.
O mundo é belo, só não vê quem não o interpreta desta maneira, ou não percebe seus detalhes mais importantes. Esta concepção de belo no entanto não se refere meramente à uma beleza estética, mas uma beleza espiritual, harmônica que se relaciona com o antro mais profundo dos sentimntos das pessoas, tudo seve ter um sentido maior, desde uma árvore, formiga até as mais complexas relações artísticas e sociais entre os seres humanos. O homem de fé, deve no decorrer de toda sua vida dissertar sobre as quesões mais importantes da vida, deve crer em Deus antes de perguntar se existe ou perque existe, deve ser místico antes de querer saber sobre a ciência do paranormal, deve ser benévolo sem perguntar mais, deve orar com conviccão antes de lamentar-se, deve crer antes de pisar numa igraja, deve viver segundo suas conviccões espirituais e não baseando-se nos parâmetros mundanos que são restritos, deve amar e auxiliar. O homem de fé têm práticas espirituais, e noções espirituais 24 h. por dia e não apenas nos momntos em que frequênta o local de sua religião. O homem de fé estuda o evangelho e digere-o vagarosamente, é assim que é um homem de fé, aquele que leva ao mundo sua realidade espiritual sem precisasr para isto fazer ladainhas ou declarações, nem tem vontade de converter aos outros, mas apenas de mostrar seu exemplo de suas humanidades, pois a fé espiritual é a crença na boa alma do ser humano e em sua capacidade de auxilio fraterno. Sê-mo portanto nós os homens de fé, e com conviccão oremos no silêncio e na solidão e atuemos no barulho da multidão.
Sobre os aspectos científicos do espiritismo:
O espiritismo utiliza-se da ciência como recurso de conhecimento de suas realidades, logo devemos antes de tudo saber como funciona o processo científico, e exatamente o quê é ciência. A ciência é uma definição de métodos para a procura da realidade, os métodos científicos para o desenvolvimento e ordenação do raciocínio são:
A) Dedução,
B) Indução ( composta por 4 etapas, segundo o método proposto por Galileu Galilei )
1 - Observação,
2 - Hipótese
3 - Experimentação ( Metodológica, Heurística, de Simulação, Nomológico )
4 - Teoria ou lei.
C) Dialética.
A ciência é pois um subsídio essencial ao espiritismo, enquanto uma idéia de caráter sério e confiável, o espírita que se julgue conhecedor profundo de sua religião deve conhecer também os detalhes da construção do conhecimento científico, isso é o aspecto mais marcante que distingue o espiritismo de Allan Kardec de quaisquer outras religiões, é também o que lhe confere a característica de uma religião que está de acordo com o pensamento moderno, pois satisfaz às necessidades da pesquisa científica, ganhando com isto o respaldo da era moderna e com ela caminhando para a descoberta das verdades espirituais do mundo, que em sua essência através de todos os tempos da humanidade sempre fora utilizado, mas área na qual nunca fora aplicada uma proposta científica.
Uma pergunta que podemos incutir em nossos raciocínio é: Qual o ambiente mais propícios às experiências transcendentais ou estados alterados de consciência? É evidente que uns ambientes são mais propícios que outros, temos que na Grécia antiga haviam os Oráculos, que eram ambientes dentro de cavernas que funcionavam como portais para os mundos espirituais, onde ia-se pedir conselhos à uma Deusa, o médium ficava dentro de uma rocha específica, que era oca por dentro, e lá mesmo ficava por muito tempo recebendo sua alimentação através de um orifício.
Existem diversos fatores que propiciam uma mudança de estado de percepção da realidade, desde o uso de substancias como “drogas” como LSD ou “peiote” até temperatura ambiente e qualidades climaticas como existência de luz da lua, névoas ou chuva. É mais provável que se veja um espírito numa selva que num ambiente da cidade? Mediante às infliências dos fatores externos devemos concluir que uma selva é mais propícia. Existem no entanto distinções a fazer com relação aos médiuns, os parapsicólogos chamam de “psis” as pessoas que possuem poderes psíquicos ampliados, os espíritas os chamam de médiun, mas estão falando da mesma coisa? É fato que uma pessoa pode ter poderes específicos sem precisares do auxílio ou da presença de espíritos desencarnados? Ou sempre que houver um fenômeno “psi” estará lá um espírito auxiliando para que aqeuilo ocorra? Estas são perguntas interessantes, pois estariam diminuindo, no caso de uma resposta positiva, a amplitude de poder da mente humana enquanto encerrada em si mesma. Do contrário podemos formular a seguinte idéia: um médium intuitivo ou psicógrafo que põe no papel idéias que não são provenientes de seus mente mas de algum lugar externo têm diversas possibilidades de explicação que não seja a presença de uma espírito desencarnado: A) Pode estar captando idéias de pessoas que estejam por perto ou mesmo longe dele, mas que estejam tão vivas quanto ele. De um suposto sub-consciente coletivo. B) pode estar captando idéias de seus próprio sub-conciente, que é lógicamente um campo mais vasto que sua linha de pensamento racional habitual. C) Pode estar captando idéias, considerando como válida a hipótese reencarnatória, de suas próprias vidas anteriores. D) Pode não estar captando coisa alguma, mas sim atravéz de um processo de criatividade estar criando algo até então desconhecido, algo novo, uma composição absolutamente inovadora. – Estas possibilidades demonstram que o campo de discussão do processo de captação mediúnica pode ser mais amplo do que imagina-se, e é com bastante cautela que devemos considerar como válida a transmissão de pensamentos dos espíritos já mortos para os vivos, lembre-mo-nos da inexistência de personalidade, ou da importância da personalidade naqueles que já se foram, eu diria que há uma união dos espiritos ou “monadas” de tal modo que formassem massas informes de tipos de personas que se diferenciassem e se ligassem ao psiquismo dos seres encarnados de tal modo que lhe influenciassem os pensamentos, não intensionalmente mas em um processo natural, como o equilibrio biológico das inter-relaç~`òes dos diversos animais, plantas e objetos da natureza ou seja: equilíbrio do ecossistema. Atualmente sou contra a teoria espírita que traz uma idéia de extrema similaridade da vida dos mortos com aquela dos encarnados, como se as interações sociais prosseguissem exatamente iguais, deve ser algo mais abstrato, mais distante de nossas teorizações e muito mais desta ingenuidade e infantilidade espírita que traz uma idéia praticamente igual à uma novela ou romance qualquer. Para quê isto? Quando o ser humano irá se aprofundar nos temas mais profundos da metafísica? Quando iremos buscar entender verdadeiramente aos temas da filosofia da realidade espiritual?
Uma pergunta resume isto: Como é a percepção da realidade por parte de um espírito desencarnado? Para responder esta pergunta devemos entender o que é um espirito desencarnado, qual a sua constituição, qual é o seu mundo, quais são seus meios de percepção do mundo. Nós encarnados temos 5 sentidos, sendo que os médiuns podemos considerar como portadores de alguns sentidos adicionais, isto terá intima realação com a discussão que aqui se travará.
É lógico imaginar que as experiências que fazem o homem perceber o mundo espiritual nos dão uma noção de como se procede a percepção dos espíritos desencarnador, mesmo que esta seja uma noção parca e fragmentada, pois nós encarnados, assim como os desencarnados também somos espíritos, de constituição idêntica 1à deles. Partindo deste pressuposto poderemos concluir coisas interessantes na bunca das noções que procuramos, assim a percepção do mundo espiritual que temos deve se aproximar em algo da percepção que têm os espíritos. Estas percepções sobrevêm quando se chega à um estado alterado de consciência ou mesmo em sonhos, onde a noção do tempo e espaço se perde e o que mais vale são os estados emotivos. É por certo um mundo onde os processos perceptivos são totalmente dististos dos da matéria, o que é conveniente crer dada à diferença da matéria de que falamos, ou da materia sutil, É como querer comparar as possibilidades de caminhada de uma formiga e de um elefante, os parâmetros são totalmente diversos, ainda que possamos de maneira ou outra aplicar algum termo comparativo por alguma espécie de proximidade, pois a formiga caminha e o elefante caminha. Os dois praticam a mesma atividade, isto temos de convir. Assim os encarnados vivem, os desencarnados também vivem, a vida é pois um valor comum aos dois estados de percepção da realidade, ainda que estes dois estados sejam completamente distintos. Se perguntarmos, e discorrermos de maneira profunda sobre quais são os valores da vida, o que é a vida, qual seu objetivo encontraremos questões que estão relacionadas tanto com os encarnados quanto aos desencarnados. Estes valores estando em comum, por serem perenes, nos dão mostras de uma proximidade maior do que imaginamos entre as duas qrealidades, que na verdade compõe uma só. Talvez não possamos sequer imaginar qual a extensão das percepções da realidade por parte de espíritos desencarnados, mas podemos entender os valores morais e filosóficos que são igualmente aplicados aos dois mundos. É no estudo dos “psis” e dos médiuns que entenderemos como é a percepção do mundo por parte dos espíritos destituidos de carne, é curioso notar que podemos entender através de explicações racionais e lógicas, mas que tudo isto seria um conhecimento inútil perto da prórpia vivência deste tipo de percepção, o que efetivamente invalidaria por completo a aquisição deste conhecimento inócuo.
Até que ponto são importantes a visão, olfato, paladar, tato, audição ou mesmo propriocepção no mundo espiritual donde inexistem espaço e tempo? Haveriam sentidos e percepções diferentes destes? É bastante provável, pois a constituição da ferramenta que é o teu corpo muda por completo, e mesmo na terra nos deparamos com animais portadores de sentidos bastante peculiares como sonar ( morcegos ) , rastreadores do calor ( cobras ) visão ultra aguçada ( águias ) visão dos raios ultravioletas ( abelhas ) olfato super apurado ( cachorros, visão noturna ( Gatos ) a percepção dos animais encarnados já se diferencia da do homem de maneira marcante, que imaginar então do ser humano quando este mudar de estados materiais para os imateriais? Também podemos perguntar-mo-nos como percebem os espíritos desencarnados o mundo material, pois teriam eles as percepç~`òes do mundo espiritual e do material, enquanto nós só temos do material. As ferramentas de que eles dispõem para a percepção da realidade são mais amplas que as nossas, e eles percebem a realidade de um modo mais próximo ao real que nós, assim, quando uma pessoa morre ela diz: - Oh! Quanto tempo vivi na ilusão, e só agora percebo a realidade assim como ela é. É como alguém em determinado momento da vida reavivar eu sentido da visão, ele assim dira: - Por tanto tempo vivi neste mundo, e agora o vejo como é em sua completude. – Isto não quer dizer que antes ele vivia num mundo falso, mas que não percebia detalhes da realidade do mundo que eram importantes. Assim, os espíritos desencarnados percebem o mundo de uma maneira diferente, mas completa e abrangente, entretanto isto não se dá apenas no âmbito dos sentidos como principalmente nas questões nevraugicas da vida, que são respectivamente as questões sentimentais e afetivas. É como se os sentimentos fossem amplificados, e o espírito só se move no mundo dos espírito através dos sentimentos, pois com excessão à isto nada mais corresponde à realidade, tudo é sentimento, eu sou e o que me cerca é sentimento, neste caso eu percebo meus sentimentos e dos que me cercam de maneira muito mas profunda que quando estava encarnado, as ferramentas de percepção dos sentimentos são muito mais amplas, pois não sou tão restrito como antes, que devia extrair de meu sub-consciente parcas noções de meus sentimentos, pois agora sou íntegro, me sinto totalmente assim como sou, e assim tenho parâmetros mais reais para ter relações com os outros, para sentir os outros.
Nestas linhas não se faz uma reflexão apenas nas percepções sensoriais dos espiritos desencarnados como também das percepç~`òes sentimentais, aliás as sentimentais devem se sobrepor às sensoriais de tal maneira que fazem com que estas percam sua importância, é por isto que os espíritos que desencarnam muitas vezes ficam obscurecidos por tempos indeterminados por sentimentos obscurecidos, porque ele é seu próprio entimento e porque o tempo efetivamente não existe. A metafisica humana corresponde à vontade, a vontade rege as ações humanas, que nas inter-relações geram sentimentos dos mais diversos, os sentimentos estão ligados portanto à Criação de Deus: a vontade. O homem é a vontade, isto é o máximo que conseguiríamos resumir da existencia humana, no pressuposto de sendo criação de Deus. Por isto o mundo espiritual corresponde em vontade. Perder-se-ia neste caso qualquer importância que quizéssemos das às percepções da realidade por parte dos espíritos desencarnados, pois perceber deve ser sentimental e não sensorial.
O mundo das percepções sensoriais é fútil segundo os santos, isto é paralelo com o desenvolvimento de nosso tema, os santos, como se vê preocupam-se exclusivamente com as questões morais, neles encontramos seres já espirituais, como se fossem desencarnados. São Francisco de Assis não se preocupa se passa frio ou calor, se lhe xingam ou atiram pedras, o único que é importante é vivenciar no âmago do ser as verdades ditas por Deus atravéz dos profetas. É assim que colocamos o mundo espiritual, e a percepçào ddeste mundo por parte dos desencarnados como sendo completamente da nossa, pois ela não é física e sim completamente moral e sentimental, é assim que seria iimpossível colocar num romance humano uma realidade totalmente espiritual, é assim que todos chamam os santos de loucos. É por isto que Jesus Cristo teve de morrer na cruz, o homem não consegue entender este modo de percepção da realidade que vivenciam os santos, o homem comum não entende a autopunição, auto-flagelação e destituição dos valores do corpo vivenciadas pelos santos. Pois é uma ilusão a percepçãso do mundo atravéz dos sentidos comumente utilizados, os santos são aqueles que conseguem perceber isto antes de desencarnar, e, em jejum, com o corpo extremamente fraco fortalecem a percepção espiritual a tal ponto que as verdades sentimentais, morais do inconsciente se afloram de tal forma que passam a vivenciar ao mesmo tempo a realidade espiritual e a carnal, notando o quão ilusória é a carnal.
Tudo está dividido! Definitivamente está tudo em células distintas, cada qual se entende em si, e quando vai à gaveta vizinha não consegue entender. Assim é o mundo, estamos divididos em partes diferentes, o mais improvável é crer que as partes juntas formam um todo, assim é.
As linguagens da arte, por exemplo, de que modo podemos nos igualar à linguagem literária na compreensão dos detalhes da vida? Até que ponto pode a razão tentar igualar-se à arte musical? Como equiparar a própria vida diante das artes plásticas em todo o poder de expressividade? Como poderão os atletas, exímios na arte empírica de compreensão do mundo entender a beatitude dos santos à quem o corpo nada significa, ou aos intelectuais onde a fantasia da imaginação exerce incomensurável dimensão no entendimento e vivência do mundo?
Tudo está dividido em cápsulas, que quando unidas formam uma constituição única, como os aovéolos dos pulmões, esferas de um rolamento, planetas de um sistema ou olhos das pessoas. Sim, são esferas que unidas compõem uma só realidade, ainda que uma nunca consiga, ou quando sim de maneira parca, entender a outra.
O amor, que reside em todas as categorias é a chama que lhes confere um só sentido, uma só direção, uma só realidade. É este o principal subsídio que fornece a vontade de viver, a estupenda euforia da alegria, o sorriso terno, fraterno e sutil, o brilho empolgado dos olhos daquele que vê com todo o ardor e intensidade de sua alma. É o amor, o fermento que faz crescer o coração, que não abarca assim somente mais sangue, como também mais pedaços dos outros. Num altruismo abnegado, numa operação milagrosa o ser humano sai de seu casulo, liberta-se de sua gaveta, pula de sua célula com vigor e pela primeira vez sente o ambiente que antes por ele não era entendido. Sente outra realidade.
Não há para isto a exigência de deixar de lado o fator profundidade, muito pelo contrário: é no detalhe que brilha a percepção dos mais minuciosos sons da natureza humana, os sons esplendorosos de cânticos celestes, os sons do silêncio que faz brilhar pupilas amantes.
Há no entanto momentos obscuros, em que a amargura é por vezes uma ferramenta necessária para a descoberta de novos valores, vejam só onde discorro: na moralidade humana. Para que realmente vivemos senão para o social? Haverá algo mais importante que o social? Algo mais real? Por certo entende-se social o contato que fazemos com outro, este outro pode ser representado por uma planta,pedra,nuvem,sol outro ser humano ou espírito evanescente. A vida é naturalmente um princípio social, deste modo é perspicaz concluir que o principal guia da vida deve ser delineado por princípios que regem as comunicações entre duas ou mais partes, que são respectivamente os valores morais. Assim está bem explicado que na doutrina de Jesus Cristo haja irrefutável preponderância nos valores de que discorremos agora.
União e amor são uma mesma verdade, pois o amor leva à união, já que o sujeito querendo ao outro ajudar passa de certo modo a ser este outro, no momento em que o ajuda, pois move o outro, ou melhor: move-se no outro. Não há importância aqui do corpo em seu sentido físico, mas sim do espírito em sua ação moralizadora, cheia de sentido e nobreza. O universo teve uma mesma origem, deste modo ele é “Uno”, Deus criou à tudo, Deus é tudo, não há divisões, e tudo que disto possa se denominar é ilusão criada pelas interpretações errôneas do homem, que por não se encontrar em estágio culturalmente, moralmente e intelectualmente tão avançado passa a dar ao mundo o sentido até onde sua imaginação e razão lhe permite.
É evidente que na medida que desenvolve o homem em todos os seus aspetos, evolui a capacidade interpretativa que ele confere ao universo que o cerca. É neste sentido que nossa concepção de realidade espiritual irá ser mais ou menos complexa conforme seja nossa capacidade de abstração da realidade, dos valores da vida e do desenvolvimento de alguma teoria filosófica, numa medida mais ampla ocorrerá isto com a humanidade, com o passar dos séculos o processo do pensamento humano funcionará de diferentes maneiras, e amanhã chegaremos à conclusões até então impossíveis justamente por causa deste fenômeno espistemologico, que é natural.
O caráter social do mundo explica porque Deus é amor, e porque é “Uno”, logo: tudo sendo o próprio Deus tudo é amor, e não coexistem divisões quaisquer, senão um todo harmônico que pode ser por isto ser entendido como uma unidade, a divisão é ilusão, o amor é a unidade. Nestas proposições dialéticas, através de frases curtas, incisivas e lógicas chegamos à conclusões que nos proporcionarão refletir sobre esta mesma realidade no âmbito espiritual pós-morte, pois como tratam-se de assuntos perenes podemos considera-los como assuntos espirituais, ainda que estejam numa discussão de encarnados. No entanto, a partir do momento em que se cava cada vez mais nesta terra da vida, buscando as origens, os pontos nevralgicos das humanidades, a metafísica do universo e das interações sociais acabamos por chegar à uma discussão espiritual, pois não existe um muro que delimita os assuntos terrenos dos espirituais, senão tudo condiz com um processo sutil e imperceptível onde os temas se desenvolvem de tal modo que aods poucos parte-se do físico e vagarosamente ao espiritual. As questões espirituais dos encarnados, são as mesmas que as dos desencarnados, por isto são tão importantes as noções de bem e mal, para a definição de um sistema moral, pois falando-se de percepção a única coisa que deve realmente diferenciar-se nos vivos para os mortos é o fato de os mortos terem uma amplitude de percepção mais complexa que os vivos ( falo aqui levando a tese de que após a morte exista algum tipo de percepção sensorial do mundo, pois o contrário aterradoramente poderia ocorrer ), nas questões morais a mesma problemática permanece, tanto “lá” como “aqui”, é assim que dentre as filosofias Indianas há afirmação de que o mundo é por completo uma ilusão, as percepções sensoriais seriam enganosas, pois as coisas que permanecem iguais em qualquer plano de existencia que se viva são relativas à moralidade, ou seja: o amor é a verdade, fora disto nada existe, tampouco a percepção sensória do mundo.
Por incrível que pareca, com o mínimo de bom senso notariamos atravéz de uma análise racional que esta idéia faz sentido, pois as quesões que mais nos afligem no mundo em essência são todas de caráter social, para a resolução deste dilema não devemos ficar abismado com o fato da percepção sensorial ser uma ilusão, e decorrente disto o próprio universo, mas sim acreditar e notar que há algo que não precisa de percepção que se chama amor. Pois estando o amor dentro de nós como iriamos para senti-lo ter de recorre à uma ferramenta perceptiva? Deus é uno, nós somos Deus, nós temos amor não dentro de nós mas somos o próprio amor, o universo físico nem espiritual nunca foi criado propriamente, mas é um subterfúgio criado pela ilusão da humanidade quando se distanciou de sua própria realidade, assim pode ser dito que este universo ilusório foi criado pela própria humanidade, e sendo a humanidade o próprio Deus, logo Deus criou o universo ilusório.
Temos disto duas afirmações importantes:
Deus é amor.
Deus criou o universo ilusório.
Chegamos a tal ponto de nossas discussões que alguns pontos chaves são correspondem às únicas verdades existentes, não estamos aqui brincando de dialética senão tentando compreender através de um processo de abstração a verdade do mundo integralmente, englobando todas as suas dimensões, físicas e extra-físicas. Isto talvez nos ajude a explicar a ausência de tempo e espaço após a morte, mas não a ausência de tudo, o fato do mundo e o universo nunca haver existido não quer dizer que não exista um único amor, que somos nós mesmos ou o que se pode resumir como Deus, no entanto afirmações que representam uma unica verdade, o fato é que nós somos esta verdade. Esta idéia pode nos auxiliar na compreenção de que os espíritos após desencarnar ficam praticamente obsecados pelas questões morais que os assolaram durante todas as suas existências terrenas, ou de maneira mais preponderante sobre a última, ainda que não haja uma diferênca temporal entre a ordem de existencias terrenas, pois o tempo não existe, o que existe é a realidade de um ser sempre presente, que é assim como é, e isto é a vida, efetivamente o passado e o futuro são percepções abstratas da realidade presente.
Diz-se que a percepção do tempo se esvai naqueles que entram em estado de percepção extra-sensorial, ou naqueles que morrem. Isto é a prova empirica das proposições lógicas da filosofia, que concluem esta mesma realidade sem que seja necessária a experimentação. Isto é o que doa ainda mais valor à importancia da filosofia na descoberta do mundo, portanto, suas concepções acerca do mundo espiritual são de importância suma, muitas vezes não somente se antecipando como chegando à idéias que no mundo empirico são impossíveis de se atinjir. Este seria por certo o momento mais adequado à desmerecer enquanto verdades filosóficas ( busca de um conhecimento real ) por parte de romances e “historietas” espiritas, já que são pobres em concepções da realidade do mundo e ricas em problemáticas sociais.
O desenvolvimento mediúnico está intimanete relacionado com o desenvolvimento do ser em questão, pois desenvolvimento é integral, em sua constituição natural o ser humano não é dividido em partes, é devido à isto que se um de seus aspectos é evoluido os outros também acompanharão este desenvolvimento. Assim ocorre que uma educação literária de uma maneira ou outra ajuda no desenvolvimento da mediunidade, educação musical, assim como todas as atividades que possa o ser humano exercer.
Na consciência da idéia de que somos espíritos evanescentes, formas fluídicas de leveza sultil, devemos mudar completamente a concepção de realidade, e passar a levar em consideração uma filosofia de vida completamente distinta da que levávamos antes, por isto o espiritismo nem qualquer outra religião não é composto somente de embasamentos teóricos senão de vivência daquilo que é idealizado. Os ideais são de uma realidade mais abrangente, o ser humano encarnado conhece conscientemente uma pequena parte de si mesmo porque a carne priva-lhe das lembranças das vidas passadas ( Como exatamente, e porquê todavia não discorrí, mas é assunto de grande interesse a nós ) Vamos supor que um sujeito viveu 400 encarnações em seus ciclos de aprendizagem terrena, e que quando morto nos interstícios de suas incarnações estudou muito e vivenciou experiências inter-estelares, inter-planetárias e experiências de uma dimensão inconcebível; para a dimenção dos encarnados. Neste exemplo podemos ter uma parca noção do que constitui realmente a vida segundo a concepção reencarnatória, uma noção tão parca e simples que se aproxima do nada. Infelismente é este o processo racional que dispomos para entender a vida espiritual. Imaginem agora que este sujeito esteja encarnado, e que a essência de todas as suas encarnações e dos interstícios se resumam à sua personalidade. Quê ocorre então? Ele supostamente se conhece, sabe o jeito que têm de reagir perante a vida, somente não sabe o porque deste jeito. Este porque se explica em todas as experiências pelas quais perpassou em todos os ciclos de vida desde que Deus o criou. O importante não é eu saber exatamente porque sou assim, mas sim ser assim, pois este sou eu: logo é errado dizer que eu não me lembro das outras encarnações quando estou na carne pois apenas o conhecimento de minha personalidade pode ser considerado como uma lembrança, mas não uma lembrança intelectual, mas sim a lembrança mais importante: a lembrança do “ser” ( no sentido de verbo ) Eu sou assim, se sou assim quer dizer que consigo acumular atravéz de todas as vivências o meu ser, do contrário cada vez que reencarnasse teria de ser um outro e perderia minha essência.
Podemos aprofundar concepções filosóficas à respeito da morte em veredas mais amplas, vamos supor que após a morte havendo mais vida haja outro fenômeno de morte, e assim por diante num processo initerrupto até perpassarmos por todas as onze dimenções. Em todas as vidas sempre teriamos seu final como algo misterioso, e isto faria como se tivessemos mais vontade de viver, pois se a morte não fosse nada misteriosa o sentido da vida iria se distorcer, uns não teriam receio de por fim à vida intencionalmente, outros não saberiam como viver. É este o sentido do mistério: o mistério da morte é a chave que faz a vida ser delineada em trilhos corretos. No entanto, em nossa nova teoria a morte não seria somente uma senão 11 mortes, em todas haveria o mistério e por consequencia iriamos viver em cada uma delas avidamente. Não obstante na primeira vida, que é a terrestre não haveria a lembrança das outras 10, na segunda o sujeito lembraria a vida terrestre, na terceira lembraria a terrestre e a segunda, o processo de lembrança seria cumulativo até a décima primeira vida, quando o processo se iniciaria mais uma vez começando da terra, neste momento entretanto o sujeito se esqueceria de tudo reiniciando o ciclo uma vez mais. Ciclo que se repetiria initerruptam,ente até que o sujeito alcançasse uma elevação espiritual, moral, sentimental intelectual sulfuciente para fugir, escapar, sair, transpassar este ciclo caindo num âmbito de realidade mais elevado, neste novo âmbito o indivíduo não teria forma específica, pois convenhamos meus amigos, por exemplo: vocês teriam a ingenuidade de julgar que num indivíduo com 1000 encarnações há alguma importância em sua forma ou aparência? Supostamente não há. Não existem peculiaridades na personalidade do sujeito, pois as verdades perenes são iguais, assim todos que atingem este estado são absolutamente iguais, diferenciando-se apenas pela maneira exata que se utilizaram para ali chegarem, uns mais rápidos, outros mais lentamente, entretanto todos alí estão: habitantes que superaram este ciclo de vidas, que são seres sem forma ou padrão corporal específico, que não se localizam no tempo, mas sim num lugar muito especial que pode ser representado metaforicamente pelas estrelas, que emitem suas luzes à todos os planetas, pois neste contexto: Qual é a função primordial da vida além da evolução? Que ocorrerá quando chegar-se ao estado último de evolução? Além de evoluir a única coisa que se há de fazer é ajudar os outros a evoluir, por isto as estrelas estão muito bem colocadas como exemplos desta realidade última, pois enviam suas luzes à todas as redondezas. O sol, aqui em nosso sistema planetário seria uma morada de Deuses, que envia suas luzes à todos os planetas.
Em meio à esta complexa especulação à respeito da teoria reencarnatória não foi seuqer cogitado nas possibilidades gerais da reencarnações, pois o universo é por certo constituido com a utilização dos mesmos elementos básicos, que surgiram, pela mais atual teoria atravéz de uma só explosão. Assim o que poderia impedir uma criação espiritual se amoldar à qualquer destas formas para vivenciar um mundo material. Deste modo a existencia de um ser se daria num ciclo muito mais vasto do que poderiamos imaginar: encarnariamos em água, terra, fogo, ar, pedras, plantas, animais e homem e em outros possíveis seres de carne mais avançados intelectualmente e de mais avançada capacidade geral que o próprio homem. Somos por certo muito soberbos julgando que o homem é o topo, o melhor ser que há no mundo: no entanto não conhecemos empiricamente qual é a maneira que um golfinho, que as baleias ou que os macacos pensam. Podemos sobre isto fazer apenas cogitações teóricas, e por isto incertas. Assim não é sabio fazer conclusões precipitadas à respeito das vantagens dos homens com relação às outras formas do mundo.
Com relação à vastidão do universo imaginem um átomo como sendo um pequeno sistema planetário, agora imaginem que quando Jesus disse: - Vós sois Deuses e não sabeis. – Ele se referisse ao fato de que nós temos no organismo muitos átomos, ou sistemas planetários, e que nosso próprio sistema planetário fosse um átomo de um gigantesco ser ou mesmo de uma pedra de uma dimensão que estivesse num nível superior ao nosso. E este processo de aumento prosseguisse por 11 dimensões. É esta somente uma maneira fácil de ilustrar a imensidão do universo, e uma maneira imaginativa de propor 11 dimensões, ainda que isto não se passe exatamente assim, senão em teorias da física altamente complexas.
Retornando no tema da contemplação, há ainda questões importantes a serem abordadas. Por exemplo: a contemplação de um quadro composto geométricamente, numa mescla de cores equilátela e com formações angulosas que se igualam em ambos os lados, sendo quasquer as formas e variações que pdoem se encontrar dentro destas normas. Estas estruturas visuais podem incitar a mente de uma maneira bastante peculiar provocando estados de alteração de consciência e isto nos dá uma amplitude de discussão bastante larga. Um interessante exemplo deste tipo de obra é a pintura de Antônio Maluf chamada “Permutações” de proporções bastante grandes, sendo composta por um conjunto matematicamente harmonioso, ou então a obra de Hermelindo Fiaminguai intitulada “alternado I” em que formas equiláteras e triangulares negras se alternam de maneira hipnótica. Não estamos discorrendo aqui sobre formas de enganar as ferramentas visuais orgânicas, mas sim no alcance de um êxtase espiritual que se utiliza numa primeira instância dos recursos visuais, portanto um processo que vai além dos sentidos comuns.
O que particularmente chamou-me a atenção neste caso peculiar é perguntar quais são as reais possibilidades de atuação do homem no mundo, pois desconhecendo os próprios recursos mentais ele vive, assim não usufrui da totalidade de suas possibilidades vivenciais, é assim que o homem atual não conhece a realidade como é. Retornando à questão da visuaisação há muitas questões a serem discorridas, por exemplo: no caso da contemplação religiosa, em que se contemplam imagens de santos há um diferencial de grande peso com relação aos quadros de pinturas simétricas, esta diferença consiste justamente no fato de que os santos estão impregnados de valores históricos e morais, sendo uma representação em estátua de alguém que supostamente viveu e executou muitas façanhas tais como os milagres e uma vida voltada às leis divinas. O contemplador, sendo um religioso, e provavelmente conhecedor destas realidades relacionadas ao seu santo de devoção não só passa o tempo visualizando aquela estátuas levando em consideração apenas a imagem que se depara diante de si, como também uma avalancha de idéias à respeito de uma realidade ( do santo ) vêm à sua mente, psiquicamente ele dá um valor à imagem, um valor sagrado e de um respeito inestimável. Esta situação pode ser significante no que toca às exigências para uma ascencão espiritual, ou um estado de consciência alterado. Disse que pode ser uma exigência necessária o aspecto de sagrado através da moral religiosa, mas que não é estritamente necessário, à esta outra conclusão chegamos quando retornamos ao tema dos quadros geométricos, pois estes consistem apenas em imagens com cores e formas das mais variadas, não possuindo em si quaisquer valores sagrados, religiosos ou mesmo humanos. Isto nos leva a concluir que os estados alterados de consciência podem ser atingidos com a ausência de valores morais e religiosos, apoiando-se apenas no fator estético e morfológico do que contempla a visão, é deste modo que extraimos a conclusão de que a contemplação pode ser compreendida como um procedimento meramente empírico, destituindo-se dos divagares psíquicos.
Para alguns esta conclusão pode parecer aterradora, mas é elucidativa e racional, não obstante ainda persistem alguns fatores importantes de discussão que poderão surpreendentemente nos fazer retornar à idéia de que os fatores psíquicos ainda são essenciais para atingir-se um estado alterado de consciência. Isto se passará quando perguntarmos o seguinte: Deve existir pré disposição para atingir tal estado? É evidente, pois do contrário todos atingiriam, e somente nos médiuns isto é observado, ou no que a parapsicologia denomina de “psis”, o desenvolvimento da mediunidade que muito comentamos nestes escritos é fator essencial para esta passagem de estados perceptivos, a pergunta mais importante agora é: Como se transcorre o desenvolvimento da mediunidade? Segundo as concepções espíritas esta questão torna-se bastante complexa, pois o espírito enquanto desencarnado, antes de encarnar pode fazer o pedido de ser portador em sua futura vida de mediunidade, assim ele têm em estado latente um fator mediúnico a ser desenvolvido automaticamente durante a vida, que proveio de um pedido, ou a combinação de um contrato ou termo. Esta é supostamente uma metáfora ingênua, que tem como pretenção facilitar o entendimento desta idéia, pois ousar conceber como seria este pedido é algo tão distante de nossas capacidades racionais que seria o cúmulo dizer que isto se passa assim, pois as únicas bases de comparação que temos são da nossa própria dimensão, ou no máximo até onde nossa imaginação possa desbravar. Assim, neste 1o caso a mediunidade teria como causa um acordo feito com antecedência, com o objetigo de engrandescer a humanidade, pois é profícua para a cultura em geral e para o contacto com os “mortos” que numa sátira poderiamos dizer estar mais vivos que os que se julgam vivos. Bem, na “mediunidade contratual” não há a necessidade de muito esforço para seu desenvolvimento e afloramento, ela cresce e aumenta em potência assim como cresce o corpo do indivíduo em seus aspectos organicos, como um processo que faz parte de leis naturais. Entretanto é uma minoria que estabelece préviamente o termo de mediunidade, portanto no caso da grande maioria das pessoas o desenvolvimento da mediunidade só se dá em procedimentos específicos, que tentarei humildemente descrever nestas linhas. Aceito análises e críticas do leitores, no entanto esperem os senhores outras refutações que farei com primazia inequívoca.
O dito “sexto sentido” se refere resumidamente à todos os fenômenos que estejam fora do alcance dos 5 sentidos conhecidos pela humanidade, podemos incluir um contingente vasto de fenômenos tais como sonhos premonitôrios, levitação, visões entre muitos outros, estamos aqui conversando especificadamente sobre a contemplação, seus valores e seu processo. Foi concluido sabiamente que deve haver algum tipo de pré-disposição para que este fenômeno ocorra, podendo ser um acordo feito antes do nascimento ou um processo de desenvolvimento. No caso do sesenvolvimento há uma gama bastante vasta de “treinos” que podem ser executados para desenvolver as potencialidades mentais. Ir a uma missa por exemplo é um treino da mediunidade, meditar também. Mas é irrisóriamente verdadeiro que existem infinitas maneiras de meditar e de interpretar a missa na qual se está.
Na meditação podemos imprimir, de acordo com que passam-se os meses algumas variedades. Como meditar olhando ao espelho, fixando o olhar diretamente à uma das pupilas em uma semi-obscuridade que pode variar em diferentes intensidades. Pode-se meditar olhando a chama de uma vela, pode-se meditar olhando à uma paisagem natural em meio à noite obscura. A obscuridade conforme dito é fator essencial na meditação. O tempo de meditação deve ser bastante largo, um mínimo de uma hora e um máximo indeterminado, podendo ser uma noite por completo. A música e a utilização de pedras ou objetos sagrados pode ser importante, tudo dependrá do valor psíquico que é inserido à estes procedimentos e objetos. É evidente que começa-se pelo simples passando-se depois ao complexo, cada vez mais, chegando-se a métodos mais difíceis de maneira gradativa. Um cerimonial compõe um conjunto de formalidades que devem ser observadas num ato, a meditação pede ter em sí um cerimonial importante para aumentar a intensidade da energia psíquica do sujetito. Pois os cerimoniais são atitudes estpecíficas impregnadas de valores morais e religiosos. Na meditação dá-se valores que em estado de razão comuns dir-se-ia absurdor tais como considerar a vinda de ventos como a vinda de espíritos, ou o farfalhar das plantas como a presença de gnomos, ou as variações da chama de uma vela como mensagens dos deuses. Esta atitude de pensamento do contemplador compõe uma mudança dos valores do mundo, que mudam completamente incitando ainda mais um estado psíquico alternativo. No conjunto do cerimonial com a atitude de à tudo tornar sagrado haverá uma repercução esperada, é esperada por parte da pessoa que medita porque este desenvolveu esta possibilidade de maneira paulatina, não existem sustos. Ninguém corre uma maratona de 42 quilômetros derrepente, se assim fizesse iria abismar-se com a ocorrência, do contrário deve correr por anos a fio até decidir fazer um treino específico de quatro meses para este tipo de prova. Na mediunidade o mesmo ocorre, as percepções iniciais não passam de pensamentos, até que pouco à pouco chega-se no âmbito de uma percepção empírica espiritual, e não uma atitude imaginativa mental. O mundo espiritual também se compõe de percepções empírics, ainda que estas sejam bastante peculiares, e difíceis de seres comparadas com as percepç~ões empiricas carnais.
A uqestão é bastante interessante, pois no inicio do treino o indivíduo está num estado de especulação intelectiva, as preces podem ser enquadradas neste parâmetro quando são preces racionais, ou seja: permutações filosóficas diante de Deus, há também as preces repetitivas como o terço ou os “mantras” em que não há um fator racionas mas sim estático, a estética poéticas auxilia na ascenção espiritual, assim como anteriormente a estética visual dos quadros. As preces que são ditas sem o auxílio do raciocínio não portam, ou melhor: acabam por perder o peso moral e religioso ficando adstritas ao estético com a função de esvaziar o pensamento racional ao qual estamos condicionados em nossa dimensão, pois entrar na dimensão espiritual é adquirir novos processos de percepção, e extirpar os processos de percepção comuns pode auxiliar, é por isto justamente que as coisas não precisam ter um nexo racional no mundo espiritual.
Os treinos da mediunidade podem ser outros que a missa e a meditação, os processos intelectivos comuns, por constituirem a alavanca inicial da meditação podem ser considerados como recursos essenciais no começo. Desenvolver a capacidade de abstração da realidade empirica pode ser visto como requisito inicial para a aquisição da mediunidade, portanto a imaginação é o que deve ser trabalhado, com leituras de livros, mnão necessariamente espíritas mas qualquer livro, é evidente que quanto mais complexa a linguagem e mais figurativa mais teremos este potencial desenvolvido. Outros subsídios são tão espirituais quanto terrenos como o trabalho artistico qualquer que seja, mas não somente a assimilação cultural da arte senão a produção artística do próprio indivíduo.
É por isto que concluimos que o desenvolvimento da pessoa nos campos meramente humanos também são desenvolvimentos mediúnicos, é claro que quanto mais enlevada e complexa é a educação tão mais avançado serão os poderes psíquicos.
É por tudo o que foi dito que não são todos que vendo um quadro podem se extasiar espiritualmente, e que, mesmo apesar de um quadro de simetrias e desenhos geométricos nào estar impregnado de valores morais e religiosos há a possibilidade de que a pessoa que vê o quadro e chegar ao estado de percepção extra sensorial, teve de, em seu processo de refinamento mediúnico, imergir dentro destes valores, e ativa-os automaticamente independente da figura que vê, o que pode até ser um processo não consciente. Assim está posta a contraposição à afirmação de que poder-se-ia chegar à estados alterados de consciência sem dotar-se dos valores morais e religiosos, pois estes valores estariam não no ambiente externo, mas sim no mas profundo psiquismo do médium, não havendo necessidades de mensagens morais exatas, mas sim de uma interpretação exata da imagem, ou a atribuição de valores internos ao ambiente externo. ( Repito: esta atribuição pode passar-se de forma não consciente, assim o sujeito diz: - Mas eu não atribuí um “cerimonial” tampouco dei valores sagrados ao que via – Diz isto porque não percebeu que em seu âmago fez isto, seu racional não percebeu. )
Esta hipótese parece ser uma das vias possiveis de entendermos esta situação, a via mais complicada por envolver um processo não consciente, a mas otimista, pois dá valor moral à tudo no mundo, mesmo que não consciente. A outra possibilidade é de situações provocadas meramente pelos órgãos dos sentidos, sem envolver composições de pensamento ou aplicações de valores aos objetos, seriam sulficientes para provocar os estados alterados de conciência. O que seria comprovado com a existência de médiuns não religiosos, ou que não tenham a tendência de atribuir valores diferentes e peculiarmente distintos às coisas. Pois o sujeito pode não ser religioso mas utiliza-se do mesmo processo que se utiliza a religião na aplicação de seus valores aos santos, eventos ou coisas.
Podemos mais sabiamente aceitar as duas hipóteses simultaneamente, pois elas se aceitam entre si, podem existir numa mesma concepção.
Sobre a empatia:
A palavra “empatia” está posta no dicionário como abstração da própria vida interior para aceitar um conteúdo psíquico diferente ou apreciação emocional dos sentimentos de outros. Tendo como etimologia EN ( dentro ) PHATOS ( sentimentos ). Mas quê realmente é a empatia? Quê poderíamos discorrer neste tema levando em consideração a teoria espírita? Ou mesmo nossas divagações sobre meditação? Sabe-se que cada pessoa têm uma personalidade distinta, peculiar e bastante pessoal. A personalidade pode ser entendidas por uma série de caracteres como gostos, prazeres, opiniões, concepções e modo de percepção do mundo. Mesmo que cada pessoa tenha um gosto pelas coisas, um entendimento do mundo bastante peculiar pode-se fazer uma divisão dividindo a humanidade em grandes contingentes, ficando separadas por grupos de personalidade específicos assim como faz a medicina Aiuvérica da India, ou mesmo como propôs Adous Huxley dividindo os seres humanos em três grupos principais: mesomorfos, ectomorfos e endomorfos. Aplicando em sua teoria para cada grupo, que tem constituições físicas específicas, características psiquicas comuns. Mediante o que foi dito, conduimos que mesmo tendo caracteristicas únicas, cada pessoa ainda pode assemelhar-se em muitos aspéctos à outras. Deste modo seria óbvio concluir que entrando em contacto com outros ela pode tanto compartilhar tendencias comuns como entrar em atrito nas características incomuns. Isto se passa em todos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade: intelectual, afetivo, religioso, físico, filosófico ou moral. Pode ocorrer o caso da pessoa partilhar do mesmo partino no aspécto filosófico e desentender-se no âmbito físico, ou então ter a mesma fluência no aspecto sentimental e atritar na parte intelectual, deste modo imergimos em possibilidades de relações diversas quando comparamos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade. O que pode ser uma denominação bastante larga, mas que descreve um conceito que condiz absolutamente com toda a realidade existencial humana, pois está resumido neste breve título todas as possíveis vivências humanas.
Sendo uma margen tão ampla de vivências é certo que no que se combina ou não com outra pessoa é igualmente vasto, tudo funcionaria como o desenho de uma série de montanhas, nas quais quando sobrepostas algumas se encaixariam perfeitamente, enquanto outras ora estariam mais altas ora mais baixas quando comparadas entre si. Assim, num desenho conseguimos colocar o ser humano, com sua personalidade atual ( mas não em “potencia” como descreve Santo Agostinho ) e com todas as nuanças de sua personalidade.
A discussão espírita sobre empatia ultrapassa o mero conceito da personalidade, pois entra num campo psíquico muito mais profundo: a Alma. Nossos corpos estão dotados de emanações fluídicas, que representam nosso próprio eu, A aura está impregnada com a essência do eu, destituida das distorções provicadas pelo pensamento restrito do corpo, pela razão ou intelecto. Estas emanaçõ4es fluídicas que compõe a aura têm uma determinada amplitude no espaço físico, esta amplitude pode aumentar ou diminuir conforme a disposição psíquicas da pessoa. Quanto maior a importância que esta pessoa doa à seu campo psíquico mais forte ele será, quanto mais apegada ao mundo dos sentidos menor será a amplitude de sua aura.
Num ambiente com muitas pessoas, levando em consideração que as auras de cada pessoa tenham amplitudes diversas, notamos que elas estariam em contato já inter-cambiando uma série de características psíquicas como sentimentos e idéias através de imagens, palavras ou outros meios que ultrapassam em muito as ferramentas racionais que dispomos comumente para nos comunicar, pois o sentimento em sua forma “crua” existe antes que exista a ferramenta para a transmissão dele. A pergunta é: É possivel interpretar um sentimento sem o uso de qualquer ferramenta perceptiva? A resposta pode ser concebida como afirmativa, pois entendemos os sentidos carnais como extremamente limitados, ainda que não possamos perceber os sentimentos em sua forma crua podemos em algo se aproximar à isto, por exemplo: posso notar os olhos de uma criança brilharem, e sentir toda a glória de sua emotividade, igualmente recebendo aquela emoção, no entanto me utilizei para isto da ferramenta visual, num âmbito espiritual isto de daria de maneira totalmente psíquica, sem a necessidade de qualquer ferramenta sensorial. É por isto que foi dito que quando as auras entram em contato não só são transmitidas informações comuns como sentimentos “crus”ou em sua forma mais essencial fora da razão, intelecto. Ou seja: algo que está fora do campo racional, a razão não é sulficientemente grande para entender a emoção, é uma outra ferramenta de linguagem, é como comparar matemática com literatura, ou música com escultura. São ferramentas de comunicação diversas, que podem até certo ponto se entender. No entanto de todas estas ferramentas o sentimento é a chave de todos, e por isto supera a todas, na verdade o sentimento é a metafísica do espírito, e todas as ferramentas servem ou para desencadea-lo ou para tentar torpe e ínfimamente descreve-lo. Existem esperiências psiquicas pelas quais passamos em nossas vidas que são definitivamente impossíveis de descrever atravéz da linguagens, estas experiências é evidente que não se passam no campo ideológico, pragmatico ou imaginário senão no campo sentimental e espiritual. O mais interessante de se notar é que na percepção extra sensorial existem tanto fatores de percepção empírica como questões altamente subjetivas e sentimentais, é ao mesmo tempo uma experiência sensorioal ( do campo espiritual ) intelectual ( pois o sujeito reflete sobre o que percebe ) e sentimental ( encontra-se a essência do ser ).
As auras estão pois, impregnadas de pensamentos e sentimentos pessoais, que correspondem à essência mais profunda do “eu”, ou ao “eu”verdadeiro, e não à aparência do eu, pois o mundo fízico faz distorcer a essência de cada alma, pois a razão e todas as outras ferramentas de expressão do ser humano não são sulficientes para comunicar exatamente aquilo que se é, ou o estado verdadeiro pelo qual se perpassa, assim começamos a distorcer o que somos e onde vivemos, passando a viver numa interpretação erronea de nós mesmos e do mundo. Por isto é absolutamente correto dizer que pouco conhecemos da realidade. Seria petulância dizer que realidade condiz com um mundo unicamente empirico, excluindo as percepções e interpretações pessoais do mundo criadas por cada um.
Deste contato entre auras podem sobrevir situações mal entendidas, ou mesmo inesperadas. Como as “intuições” que podem ser consideradas como comunicação entre auras, ou mesmo situações premonitórias em sonhos, que na realidade não são premonitórias senão algo que ocorre no próprio momento em que se dorme, pois o mundo psíquico à noite está tão vivo quanto no diz, assim, é como se à noite a humanidade estivesse vivenciando uma série de acontecimentos psíquicos em tempo real, e após acordar o sujeito revivencia aquilo que já foi vivenciado à noite, não foi só prenunciado senão vivenciado, pois o psiquismo em sua raiz não conhece o fator tempo, assim não existe diferença em prenunciar e vivenciar. Não há diferença em lembrar ou vivenciar, pois a lembrança abala o mundo psíquico do mesmo modo que o que se vive no presente.
A empatia pode ser provocada não apenas com o contato direto, como também de formas que são mais poderosas que as ferramentas convencionais de que dispomos, como as emanações fluídicas ou as auras. A aura, conforme foi dito, pode ser mais ou menos ampla, pois é maleável, aliás, só tem tamanho porque está num ambiente físico, dotado de dimensões espaciais e temporais. A meditação e a oração deixam o ser portador da aura mais próximo de sua realidade essencial, treinar a aura não quer dizer que ela ficará maior ou mais poderosa, pois em verdade ela se conserva desde o momento que é criada por Deus do mesmo tamanho, em sua mesma harmonia, o que ocorre é que o ser vai adquirindo aos poucos maiores possibilidades de usa-la, é como dizer que um trabalhador ganha uma ferramenta perfeita quando nasce, no entanto enquanto criança não têm força sulficiente para usa-la adequadamente, e, conforme cresce e fica mais forte ( ele e não sua ferramenta que fica forte, não vamos confundir! ) têm maiores possibilidades de atuar nos objetos para os quais sua ferramenta foi construida.
Os objetos para os quais a ferramenta da alma foi construida são o próprio mundo, o sujeito na medida em que se desenvolve pode intervir mais conscientemente e eficazmente em suas potencialidades psíquicas, é por isto que erroneamente podemos conceber que existem auras maiores e menores, na verdade são todas do mesmo tamanho, o que muda é o contacto que temos com ela.
Este contato é amplificado com preces e meditações podendo chegar à níveis desconhecidos pela sociedade atual, o homem pode intervir em toda a natureza através de seu poder, assim como São Francisco tinha um contato harmonioso com toda a natureza, e conversava com os animais de maneira direta os paranormais têm campos de atuação distintos, em objetos ou mesmo outras pessoas através de telepatia. A prece possibilita, na medida em que o poder psíquico se desenvolve ( conforme o modo já descrito ) a criação de empatias espirituais, pois o que está em união não são somente as nuanças humanas, os detalhes, variações de afeição ou gostos intelectuais mas sim o ponto nevrálgico humano: a própria alma.
Por quê são os gênios e os bruxos representados muitas vezes por figuras com os cabelos eriçados? Um dos efeitos de magnetismo provocado pela alteração do que poderiamos chamar de “metabolismo magnético”do corpo humano, pois nosso corpo, assim como o planeta terra também possui um equilíbrio magnético, que se alastra por todo o corpo, mas que têm como base de comando o cérebro, ou antes do cérebro o que se denomina de mente. Deste modo os cabelos ficam em pé, no entanto, como já vimos no decorrer dos estudos existem situações específicas, em que estes tipos de fenômenos têm maior probabilidade de ocorrências. Estas situações podem ser colocadas como meditações ou preces, em que um fluxo de “algo” , que sinceramente, não sei se podemos determinar pela palavra “energia” penetra no ser pelo topo da cabeça, ou mesmo dele é emanada. O ato de criação artística, ou científica, nas quais, quando sendo levado à sério e aos seus limites máximos, exigem grande dose de criatividade, e um árduo trabalho mental e cerebral, partindo deste pressuposto podemos dizer que os grandes criadores sempre tiveram boa dose de mediunidade, pois incitaram no decorrer de suas vidas um treinamento mental, que mesmo que não seja especificadamente religioso não deixa de ser mental. Isto ocorre porque o ato criativo têm como exigência os mesmos parâmetros que o ato religioso, estas exigências são: imaginação fértil, convicção, crença, hipótese, execução, valores morais tudo inserido num gradativo desenvolvimento que inclui começo, meio e fim.
É certo que podemos diferenciar em larga escala a criação artística da descoberta científica, no entanto é fato que as duas atividades possuem muitos aspectos em comum, conforme foi citado acima a criatividade por exemplo é requisito essencial nas duas. É certo dizer que o desenvolvimento geral do ser humano em suas variadas atividades, principalmente naquelas que exigem qualidades mentais, são fatores que desencadeiam e seguem um desenvolvimento constante da mediunidade. Basta ser vivo para ser médium, não há exigências de freqüentar “centros espíritas” nem igrejas para desenvolver a mediunidade, pois esta é como qualquer outro sentido natural do ser humano, para ser bom musico não é exigência obrigatória freqüentar escola de música, mas sim treinar as ferramentas necessárias para isto, para jogar futebol com perícia exímia não é exigência fazer escola de futebol senão treinar futebol, seja de que forma for. A mediunidade portanto se enquadra nesta idéia, ainda que haja certa importância em freqüentar uma igreja ou “centro espírita”com certa constância para um médium, já que estes ambientes possuem uma estrutura do mundo espiritual com organização voltada ao contato do homem desencarnado com o encarnado mediante as leis morais de Deus, onde prevalece o amor entre todos os terráqueos, estejam eles mortos ou vivos. A atividade mediúnica é otimizada quando há uma freqüência linear nestes ambientes espirituais religiosos, fora deles pode-se muito desenvolver a mediunidade, ainda que o mais aconselhável seja freqüenta-los.
Sobre a oração:
A oração é um fenômeno incitado pela vontade humana de contato do homem com Deus, ou com as forças espirituais benévolas, que guiam a humanidade. O ser humano, em seu caminho terreno, no decorrer de sua vida passa por muitas provações, sua própria fé e convicção nas forças espirituais são postas em provas em muitos momentos, muitos cedem às facilidades de uma vida totalmente material, com facilidades e prazeres, são estes que pouco depois perdem a capacidade mediúnica na mesma medida em que se esvaem seus conceitos espirituais filosóficos e suas qualidades morais jesuíticas. Felizmente muitos outros afirmam-se cada vez mais em suas crenças religiosas, são estes os “homens de oração”, que têm uma concepção de vida muito mais ampla que os homens que vivem somente para a matéria, esta concepção de vida não é somente uma abstração ineficaz, inútil ou qualquer outra coisa deste calão, senão uma concepção que faz parte do verbo “fazer”, pois a crença viva já é uma atitude, uma concepção de vida espiritual, quando levada ao mais alto grau de seriedade é algo que faz tanto parte da vida do homem quanto faz o fato de ele viver, respirar, comer, conversar ou cantar. Não é uma atitude que se restringe somente ao %âmbito mental senão uma experiência pragmática e sensorial, ainda que o orgão sensorial utilizado nesta vivência seja oculto ao grande contingente da humanidade. Justamente nisto esta o segredo da oração: a oração não se paramenta somente em conceitos morais, filosóficos e sentimental senão alcança uma amplitude muito mais vasta que a experiência meramente terrena do homem, a amplitude espiritual, em que o homem, infelizmente, na educação e cultura em que hoje se forma e cresce não consegue criar subsídios suficientes para atingir estas metas. Assim, decorre que grande parte da humanidade está carente de “espirito”enquanto outra grande parte se torna indiferente, e uma minoria têm a sorte de experimentar este processo educativo espiritual. A oração deve ser a primeira preocupação na vida de uma pessoa, depois pode vir todo o resto, pois quando oramos entramos em contato com os designios primordiais e essenciais de nossa vida profunda, do contrário há grande facilidade em se perder em objetivos obtuzos da vida material. A vida espiritual é o que compreende a missão para a qual está o homem na terra, a oração é uma constante consulta ao mapa espiritual, que rege a vivência física, por isto a oração é o que de mais importante temos em nossas vidas, mais importante que ter um carro, que trabalhar, mais importante que qualquer destas coisas que perto da atividade oratória verdadeira não passam de banalidades materiais inúteis à vida espiritual, a oração sincera é tão importante que o próprio corpo é perto dela um fardo pesado e quase que desimportante, nem mesmo se alimentar têm qualquer importância diante do encontro com Deus. Deus é tudo, e deve estar presente em nossas vidas não somente em todos os momentos memóraveis, mas em todos os minutos de nossas vidas, seja lá o que estivermos fazendo. A oração é portanto um processo constante, como respirar, ainda que possamos fazê-la com mais ou menos intensidade em momentos específicos como cultos, missas ou meditações, deve ser iniciada ao anoitecer e finalizada ao alvorecer, quando se deseja orar com todas as forças de tua alma dedica muito tempo à esta atividade, lembremo-nos que das atividades da tua vida, em uma escala de importância e de valores empregados às atividades esta é a que mais valor, nobreza e “funcionalidade” pragmática possui, pois a oração à pesar de parecer uma atividade meramente psíquica age nas profundezas de teu ser e de todos os que te cercam, de modo que tu podes mudas tua própria realidade em todos os contextos através desta atividade que têm um grau de importância, repito: preponderante. Aquele que não ora é como o maratonista que não treina adequadamente, e que ao correr a prova não entende exatamente porque não teve bom êxito nos resultados. Não podemos definir uma diferença exata entre oração e contemplação, é fácil pensar que a oração se utiliza de palavras e a contemplação da visão, no entanto nem uma nem outra se utiliza de sentidos comuns do ser humano, ainda que possam iniciar-se nestes termos, isto porque, com o treino cria-se o estágio de percepção extra-sensorial, no qual nem visão nem palavra têm uma importância, mas sim um estágio mas elevado de percepção do mundo, onde sentimentos facilmente s desenvolvem e extrapolam no ser, sem necessidade de pensamentos específicos.
SONHOS:
Os sonhos têm papel fundamental na vida de quaisquer pessoas, assim como uma concepção filosófica e espiritual da vida, pois a partir deles delineamos procedimentos e condutas a tomar na vida. É evidente que não é fácil ser guiado pelos sonhos, a primeira dificuldade é trazê-los à luz da razão, ou seja: lembrá-los.
Os sonhos constituem uma vivência, assim como a vivência “carnal”, no entanto estão ambientados em outro “estado de percepção” da realidade, por causa desta linguagem dual que podemos ter ( encarnados ou desencarnados ) ocorre que encontramos grande dificuldade em codificar a linguagem e vivência do sonho para o entendimento racional.
A primeira dificuldade é lembrar o sonho, temos de considerar que pelo fato de os dois estados ( sonho e lucidez ) terem parâmetros e “ferramentas interpretativas da vivência” diferentes, há grande dificuldade em entender um a partir do outro.
É como tentar entender o programa “Windows” utilizando o “Dos”, que é efetivamente limitado quando posto em relação com o outro, fato que nunca possibilitará seu entendimento integral e pleno, mas apenas uma parca noção daquela outra realidade. Numa outra metáfora, no intuito de elucidar esta mesma idéia, podemos dizer que é como tentar desvendar a sensação de andar à cavalo montando em uma pedra com formato similar à um, ou mesmo na escultura em tamanho real de um. Também pode-se concluir quantas pessoas acabariam por distorcer a realidade da música que quisessem entendê-la apenas através de dissertações racionais, pois por mais refinado e vasto que seja a linguagem de qualquer idioma, ela nunca será equivalente à realidade da própria música. Enfim: O sonho que tive, efetivamente foi este que consegui me recordar, no entanto as ferramentas que dispunha naquele momento para interpretar aquela realidade eram diferentes, por isto, posso recordar perfeitamente, mas de maneira distinta e não fidedigna.
É como o caso dos “estados alterados de consciência”, também o mesmo caso do uso de alucinógenos como cogumelos, “peiote” ou da tentativa dos “mortos” de tentar explicar suas realidades, o que se torna impossível pois as percepções da realidade transcorrem de maneiras diferentes, e passar de uma estrutura de interpretação à outra é possível com a ressalva que deve-se saber que o entendimento foi obliterado, distorcido e reduzido em proporções inesperadas.
Uma pergunta a se fazer é se acaso os sonhos, ou este estado de percepção da realidade específico, equivalem à mesma “realidade perceptiva” da vida depois da morte. Talvez seja algo similar, isto na tese otimista de que a vida realmente prossegue. Após toda esta abordagem, que se referiu à dificuldade de codificação destas duas linguagens largamente diferentes, deve-se insistir na importância dos sonhos na vida de uma pessoa encarnada... Em nossa teoria, os sonhos são vivencias e não abstrações vãs e inócuas do pensamento ou dos momentos de lucidez, deste modo os sonhos são tão importantes quanto o estado desperto, com a diferença de que não são vivências adotadas pelas mesmas ferramentas interpretativas do estado lúcido, tais podem ser estas: pensamento racional, visão, audição, olfato, tato, percepção sinestésica, propriocepção, sentimentos. As ferramentas interpretativas, perceptivas e expressivas dos sonhos são de tal maneira peculiares que num sonho podemos ter possibilidades impossíveis para momentos despertos, como a percepção direta do sentimento dos outros, sem necessidade de palavras, ou voar, ter uma compreenção mais global de tudo o que ocorre, as ferramentas ou órgãos que permitem isto são pertinentes ao espírito e não ao corpo, aliás o corpo poda estas ferramentas, do contrário conseguiríamos vivenciar ao mesmo tempo o mundo físico e o extra físico. ( O que fazem os médiuns totalmente avançados ) Algo interessante seria perguntar, no estado de espírito, como o indivíduo percebe seu meio espiritual, e como ele perceberia o meio físico. Será a interpretação da realidade por parte dos espíritos desencarnados mais ou menos completa que a dos encarnados? Se é mais completa: Qual seria esta necessidade tão veemente de encarnar? Supostamente algo estaria em falta lá, que fosse necessário aqui, seria este algo mecanismos de interpretação da realidade específicos? No mundo espiritual, poderíamos ser uma massa de energia informe sem recursos interpretativos, e por isto, restrito em si mesmo? Isto possibilita uma explicação para a necessidade reencarnatória.
Um fenômeno de se notar, conforme se lembra os sonhos com certa periodicidade, é que ocorrerá que lembrando de um sonho específico virão à tona uma série outros de sonhos, que de um modo ou de outro estão interligados no sub-consciente. Também importante frisar que para lembrar de um sonho existem várias técnicas, uma delas é ter um caderno ao lado da cama, e anotar o sonho o quanto antes ao despertar, mesmo que seja no meio da noite, do contrário corre-se o risco de esquecer importantes detalhes ou mesmo todo o sonho todo. Há entretanto sonhos que só são lembrados quando de dia passamos por certa experiência ou sensação que nos faz lembrar do sonho.
Aquele que se julga médium deve muito trabalhar, de maneira árdua, o que é corporalmente e psiquicamente cansativo, e passa por perigos diversos, a fé no entanto, posta a prova deve tornar-se o alicerce básico, donde tudo o mais venha a brotar. Por todos os riscos, medos e receios a mediunidade é atividade de seriedade maior do que podemos conceber. Dentre as mais variadas atividades dos médiuns na busca incessante pela virtude e Santidade está o “livros dos sonhos”pessoal, onde ele fará o apontamento de seus sonhos e intentará fazer as interpretações que julgue mais pertinentes de seus sonhos, podendo nestes momentos entrever premonições, onde pode definir idéias, concepções e tomadas de decisões de sua vida desperta.
Lembrar os sonhos e codifica-los para a linguagem da razão não é fácil, principalmente quando se inicia com esta atividade, no decorrer de um treinamento persistente a capacidade de recordação pode chegar a se apurar de tal maneira que pode-se lembrar de detalhes minuciosos. Pessoalmente, desconsidero totalmente qualquer livro que venha com fórmulas prontas do sentido dado às coisas que vivenciamos nos sonhos, pois são personalizadas, e têm relação com a vida de cada um, por isto a interpretação relaciona-se com a vida psíquica e exterior de cada pessoa. Isto automaticamente anula este tipo de livros que têm mais pretensão do que o que podem oferecer de resultados profícuos.
A idéia que está em pauta nestas linhas é de importância imprescindível, pois a incapacidade de uso dos sonhos na sua vida é o mesmo que dizer que logo que você acaba um dia acordado irá padecer de uma amnésia absurdamente aguda esquecendo todo o seu dia, é equivalente a dizer que todas as manhãs esqueces as vivências noturnas que tivestes. Nesta correlação notamos a extrema importância dos sonhos enquanto vivências, que devem ser colocadas numa seqüência lógica progressiva, em conjunto com a vivência lúcida. Não digo que as vivências dos sonhos seguem “paralelas” com as vivências despertas porque este termo traz a sensação de que os sonhos são vivências distintas, como se tivéssemos duas linhas “vivenciais” quando na verdade todo o conjunto forma uma só linha, mesmo tendo cada qual “ferramentas perceptivas” e expressivas peculiares. A realidade é una, o que muda é a maneira como se entra em contato com ela.
Epístola aos sábios:
Entender tudo o que há na vastidão do Universo, seria por certo o cúmulo da soberba ignorância. O Universo é um mar de realidades ocultas, em que os conceitos da física são constantemente postos em pauta, colocando seus pontos fortes e fracos sob o julgo de novas hipóteses. Pense no Universo como uma obra de envergadura artística de inconcebíveis proporções: A beleza fascinante dos emaranhados estelares, a lua e sua enigmática e misteriosa luz, o sol e sua força esplendorosa, as belezas dos diferentes tipos de pedra, flores, paisagens e nuanças da vida. Um mundo interno, cheio de mistérios e descobertas, onde o psiquismo profundo humano representa sua percepção de si mesmo, com sentimentos e divagações infindáveis. Para não ousar citar a relação entre este mundo interno com o externo, e na variação de inter-relações destas duas vertentes. Complexa arquitetura de uma flor até a simplicidade arquitetônica e conceitual de longínquos sistemas planetários, tudo soa como uma imensa composição musical, nestes termos não se sabe mais que é imenso ou ínfimo. Haverá diferença? Tenho dó daquele que não têm a consciência plena de sua própria inépcia diante da realidade final, diante da verdade do mundo. É por isto que sabiamente podemos dizer que as preocupações mundanas, as vivências corriqueiras e os interesses humanos são nada mais que vão caminho quando colocados sob a verdade real, e quando se percebe isto, quando nos damos conta desta idéia tudo ao redor se torna absolutamente indiferente, desimportante e por isto igual, assim fundamenta-se a “Santa indiferença” descrita por Adous Huxley, e Don Juan, personagem de Carlos Castañeda. Tenho dó também, daquele que não pensa nestas verdades não somente pelas manhãs ao despertar e nas noites antes de recostar seu fardo, como em todos os momentos, aliás, todo o momento presente, que é o único tempo existente para a realidade do espírito.
Valores da contemplação:
O exercício contemplativo espiritual é de grande importância ao ser humano, o valor deste ato na vida de um ser humano é alto, já que constitui a base de sua própria vida. Corresponde à uma experiência que transcende o intelecto, faz com que a pessoa entre em contacto com sua essência integral, e fuja ao entendimento parco e fragmentar que tem de si mesmo.
A oração auxilia o ser humano a entrar em contato com as suas essências espirituais, assim, quando se ora muitas vezes comete-se o engano de pedir algo que está fora de sua essência espiritual, pois somos levados por nossas mesquinhas preocupações, que são mundanas. Por consequência após acontecimentos diversos que transcorreram após a oração crê-se erroneamente que se recebeu injustamente uma sorte de vida errada, o certo é afirmar que esta sorte de vida não está errada, mas contraria nosos objetos de interesse humanos mas está de acordo com os objetivos santificados, que são os que correspondem ao centro de todas as nossas necessidades espirituais. O que devemos nos esforçar para visualizar, durante nossas preces é o objeto espiritual, a “verdade essencial futura”, e não a verdade humana, criada por nossos interesses distorcidos e incertos. Quem cria a verdade essencial é a própria realidade do mundo, esta problemática se funda exlusivamente na liberdade que Deus concedeu ao homem, pois a partir deste momento o homem soube o que é se perder, querendo criar seu próprio destino, que quando sai de determinados parâmetros se mostra ilusório.
A expectativa do ser humano em suas preces deve estar fora de qualquer interesse terreno, e colocada num patamar infinitamente mais sublime, o portal espiritual deve ser atravessado neste momento, tudo o mais pode ser considerado supérfluo. Na vida corriqueira, fora das longas orações noturnas, o homem deve usar sua humanidade cheia de preceitos morais e religiosos, mo intuito de encontrar a alegria. Nas situações mais simples poderá extasiar-se de satisfação espiritual. Estes tipos de situações nos leva à um patamar de felicidade indescritível, onde as coisas da vida são impregnadas de um valor belo, magnífico e mágico.
É por esta sensação de Bem Aventurança que pode-se dizer que viver é uma aventura extasiante, é mais que ocupar-s em diferentes atividades de maneira corriqueira e supérflua, é simples e profundo ao mesmo tempo. A vida está intimamente relacionada com os sentimentos e idéias humanos mais complexos, profundos e enlevados. Conforme a expressão: “Lava-se a alma”, a vida verdadeira é uma limpeza espiritual total.
A felicidade é tal gama de sentimento que faz com que para tudo o que olhemos, após sentí-la, seja infinitamente belo e realizador, pois é sentimento contínuo, que se propaga mesmo após a ocasião que a causou, lembrar a ocasião nos revigora com este sentimento de pura alegria. Assim tudo o que cerca adquire um novo sentido, o único sentido: O sentido da felicidade derradeira.
Por que o mundo físico é importante? Porque não viver somente no espírito? Para discutir estas questões vamos expor algumas hipóteses sobre a contemplação e uma possível definição deste processo. Contemplação é um modo de contato com a realidade que o ser humano têm. Entretanto que é a realidade? OPnde está ela? Seria realidade tudo aquilo que estivesse fora do ser contemplador, no entanto as características internas também constituem realidade, assim temos realidade interna e externa. Mediante isto: Quê significa exatamente contemplar? Assimilar uma realidade externa?
A atividade contemplativa se utiliza dos recursos internos para assimilar aquilo que está externamente, quanto mais complexos são os valores internos tão mais minuciosa será a realidade externa. É neste jogo dual que está a interpretação da realidade, como cada pessoa têm valores internos consideravelmente distintos ocorre que os mesmos objetos externos serão vistos de diferentes maneiras. O ato contemplativo, mediante estes preceitos se torna um tanto mais complexo que simplesmente assimilar realidades externas já definidas, pois a realidade externa só é definida quando em contato com a realidade interna. Nisto consiste toda a contrariedade humana.
Ao contemplar uma música, o sujeito irá se deparar com um “objeto externo”, que corresponde à música. Durante o decurso desta irá assimila-la colocando-a sob o julgo de seus valores pessoais criando uma impressão específica, é como se o sujeito fosse parte da criação da realidade, pois ele ajuda a criar algo bastante personalizado. Isto ocorre mesmo que não faça isto de maneira consciente, pois é um processo imperceptível. Por isto é impossível criar uma definição exclusiva de belo e feio, agradável ou desagradável, proveitoso ou desnecessário. Somente cada indivíduo poderá por si mesmo poderá tirar suas conclusões personalizadas daquela música. Isto se aplica à qualquer objeto ou mesmo às idéias, conforme pode-se concluir.
O hábito de praticar meditação contremplativa, quando criado um afinco irrefutável, é algo que influencia a vida de tal maneira que passa-se a percebê-la de outra maneira. Que outra modo seria este de perceber a vida? Ora, a realidade é, em uma de suas vertentes localizada fora do sujeito. Assim, para que entremos em contato com a realidade externa deve haver um meio, este meio de perceber a vida é a contemplação, que pode se ramificar em contemplação auditiva ou visual. O grande segredo do ato contemplativo, conforme descrito pelo poema inicial é a minucia, o detalhe as pequeninas coisas que são percrustadas pela mente de mneira avassaladora e insistene, num ato místico e mágico. Isto esclarece o olhar fixo dos feiticeiros, aqueles olhos que ficam totalmente abertos, sem sequer piscar, impondo uma verdade moral atravéz de um olhar de maneira direta e mais verdadeira do que poderiam ser as mais largas e vastas explanações racionais fundamentadas numa retórica precisa e perfeccionista. O poder dos magos, em parte, se fundamenta no desenvolvimento da capacidade contemplativa, os magos, médiuns, feiticeiros ou mesmo os artistas têm uma percepção das coisas do mundo incomensurávelmente mais aprofundada que outros, isto porque não se contentam somente com aquilo que o mundo aparenta ser, consideram sempre as coisas mundanas como mesquinharias oferecidas pela realidade, por isto devem elevar sua interpretação do mundo externo ou mesmo de suas cogitações internas à um grau super-especializado, à um patamar de proporções máximas, sempre buscam suas máximas capacidades de enriquecer determinada situação. Cada situação, que de maneira superflua poderia ser considerada como uma passagem corriqueira do dia a dia é situação importante à qual deve ser impregnado valores profundos e verdadeiros, sempre relacionando-as com a religião e com a filosofias de suas respectivas vidas. Não se passa pela vida como quem não quer nada, mas sim doa-se à vida o valor supremo das verdades espirituais, psíquicas, morais e estéticas. Notem leitores à que profundidade chega o aspecto contemplativo, não é uma brincadeira meditativa, mas uma atividade de primazia na vida daquele que se dispõem à praticar, por isto, as orações noturnas, as contemplações, as adorações de santos devem ser praticadas em toda a sua plenitude, pois é isto que faz um médium, mago ou feiticeiro, ele leva ao limite sua mente, seu corpo alicerçado numa moral sem igual. Para contemplar-se uma imagem de santo deve haver análise “microscópica”, de modo que é impossível fazer isto se não se levar o ato contemplativo aos extremos. Assim como para compor complexa e maravilhosa sinfonia o homem deve levar suas capacidades intuitivas, intelectuais, sentimentais ao extremo o mesmo ocorre na contemplação. Deste modo adquire-se um alargamento do consciente, captamos as essências psíquicas das pessoas de maneira direta, sem nos deixar arrebatar pelas impressões superficiais das pessoas e do mundo em si.
Como dito: tudo que existe para ser assimilado, para que o seja, deve antes ser contemplado. Quanto mais alto seja o grau de contemplação mais preciso será o descobrimento daquela realidade. Amar a arte, e deleitar-se com exposições ou concertos é praticar contemplação. Este é o modo mais óbvio de pensar-se em contemplação, no entanto existem outros, como contemplar a natureza. Qual será o dia, em que o homem, dotado de tamanha inteligência e sagacidade, conseguirá se equiparar à criação da natureza nas belezas do mundo? Contemplar a natureza é reconhecer sua infinita superioridade diante do homem. No desenvolvimento desta atividade ficamos verdadeiramente embasbacados com a beleza natural do mundo. Uma terceira possibilidade é contemplar as pessoas que nos cercam, nos mínimos gestos, atitudes, e mesmo em suas fisionomias e constituições físicas, tudo isto têm muito à revelar, se soubermos interpretar sabiamente e não como seres humanos, deve-se fazer interpretação mística e espiritual das coisas, somente neste momento teremos a percepção total da realidade espiritual do mundo. Ou vive-se de acordo com tuas crenças ou não! Não existe meio termo! Se tu crer em alguma verdade deverá adota-la na tua vivência diária de maneira incisiva e conforme crê a tua mente e teu coração, do contrário esta será uma crença falsa. Se tu crês em Deus deverá viver conforme as leis desta crença. Não existe meio termo nas crenças da vida!
Para maior facilidade do entendimento do que se passa no processo contemplativo dividi a experiência em 4 partes:
1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo
2 - Escurecimento da visão
3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas
4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )

Sobre isto deve ser discorrido:
Reações fisiológicas
Ferramentas perceptivas transcendentais
Métodos para que tal ocorra

níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa
Para entender o que ocorre exatamente durante a atividade contemplativa optou-se por fazer uma divisão mais detalhada de diversas ferramentas de percepção do ser humano, veremos como cada uma destas ferramentas como atua e como percebe a contemplação, pois durante a atividade de contemplação temos duas possibilidades básicas: uma é a de fazer, ou seja: provocar determinadas situações. A outra é a de interpretar aquilo que está acontecendo. Temos em nosso corpo, nossa mente e nosso espírito ferramentas e “máquinas”específicas para atuar e provocar e outras para interpretar e assimilar.
Distinguem-se 5 categorias:
Física
Racional
Sentimental
Intuitiva
Transcendental

A - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Transcendental”

( “Percepção sensória espiritual “)
Aqui serão descritos os fenômenos de ordem de percepção espiritual que ocorrem durante a atividade de contemplação.
Trata-se de um processo progressivo, no qual não se pode atingir um grau sem antes ter passado pelo outro, já discutimos muito sobre as reações fisiológicas e sobre as hipóteses espíritas sobre este fenômeno. Há a exigência de um estado psicológico específico, não basta sentar-se e ficar pasmo e mórbido olhando uma imagem, devem estar envolvidas crenças religiosas ou místicas, crer piamente e não fingir que crê, orar com o coração, verdadeiramente. Estes requisitos são essenciais, pois pré-dispõe a mente a atingir níveis de percepção mais elevados e peculiares. Vou tentar colocar uma síntese para cada estado de percepção:

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo - Há a impressão de que o campo que a visão pode abranger é mais largo que o comum, mesmo estando a visão direcionada com uma mira precisa e pequena ( por exemplo os olhos de uma imagem de Jesus, ou mesmo a lua ) ocorre o aumento da amplitude visual, o que causa uma sensação diferente do comum, um fato que ocorre neste momento é que não somente a amplitude da visão aumenta, como também a capacidade de prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, o que é difícil de conceber segundo um método de entendimento tradicional, pois a tendência é imaginarmos que só se pode prestar atenção no objeto ou imagem que esteja sendo focalizado, no entanto na meditação contemplativa fugimos à esta regra. Quando se contempla a copa de uma árvore, ou um vasto gramado, por exemplo, percebemos em determinado momento do processo, que todos os mínimos movimentos do gramado ou das folhas da árvore são percebidos de forma clara e precisa através da mudança de tonalidades, sombras ou luzes do lugar. Numa igreja, como muitas estátuas e imagens são de cor dourada ocorre interessante fenômeno em que as partes douradas subsistem à apagar-se da visão enquanto as outras cores apagam-se com maior facilidade, conforme será visto no próximo nível que julguei conveniente chamar de “escurecimento da visão” É ainda neste primeiro nível que o contorno das imagens é assimilado pela visão de tal maneira que se o foco da visão é direcionado à outro lugar cria-se uma imagem reflexo dos contornos daquilo que antes estava sendo focado, como se houvesse sido feita uma fotocópia mental ou queiram chamar como quiser este curioso fenômeno. Também importante dizer que as delimitações das imagens ficam incertas e não precisas como anteriormente, justamente porque começam a tremer, como se houvessem infindáveis pontinhos de luz piscando em todo o espaço que forma o ar que está na frente delas.
2 - Escurecimento da visão - Após se tornar mais abrangente a visão começa aos poucos a se turvar, não é um processo constante com começo, meio e fim, pode ocorrer lapsos de escurecimento em que a visão por breve momento se turva e logo retorna ao estado anterior, isto será devido à capacidade do contemplador de guiar seus sentimentos religiosos e sua convicção inabalável no poder superior, que supostamente atua juntamente com aquele que medita. Não é dito que é fácil atingir patamares mais elevados de percepção sensorial espiritual, muito pelo contrário é tão mais difícil quanto menor seja o treino e preparo, por isto podem existir retrocessos e irregularidades durante o processo. Durante este nível, em específico, o mundo “físico” ou mundo “material” desaparece, não totalmente, tudo se obscurece, de modo que a percepção de um novo ambiente se torna presente. Numa imagem religiosa é comum que tudo ao redor se escureça, ficando somente algumas partes desta imagem visíveis, são as partes douradas, ou as partes que sejam mais claras, o que proporciona uma sensação estética bastante diferente, ainda que o objeto contemplado seja o mesmo que antes.
3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas - Num processo bastante diferente pelo utilizado pela visão ordinária temos em meado à escuridão a aparição de bolhas de cores fosforescentes, cores iridescentes, estas bolhas na verdade não aparecem, elas sempre estão pelos ares, o que ocorre é que nós, que em determinado momento chegamos em tal estado de concentração e meditação que suscitamos em nosso psiquismo, em nosso cérebro a capacidade de visualiza-las. Não sei tampouco se à esta altura da discussão o termo “visualizar”seja o mais adequado para indicara a captação destas bolhas por parte do ser contemplativo, pois elas se apresentam de maneira fugidia, não se pode tentar olha-las assim como se olha qualquer coisa, deve-se antes utilizar potencialidades psíquicas de vontade e oração com fervor para ter acesso à elas. É evidente que é tão mais difícil continuar mantendo um nivel perceptivo quanto mais elevado seja este nível.
4 - Ondulação do campo visual ( Tontura ) - A visão pode começar a virar inclinada, como se a cabeça estivesse deitando-se. Aparecem no campo de percepção visual, que já se encontra absolutamente alterado, ondulações da realidade física. Nesta questão das ondulações o único termo comparativo que poderia propor ao leitor além da noção de ondulação da margem de um lago seria do efeito especial que muitas vezes vemos em filmes quando o personagem lembra algo que ocorreu no passado.
5 – Visão da outra dimensão – Nesta parte do processo acontece um fenômeno que sinceramente, encontro grandes dificuldades de descrever, de tão diferente que é da realidade ordinária. O fato que ocorre no 5o nível é que você vê absolutamente a mesma realidade que é numa visão comumente utilizada, no entanto sob uma perspectiva totalmente nova. Uma comparação que pude imaginar quando fui acometido por tal aventura é a analogia desta situação com aqueles livros de figuras com 3 dimensões que têm desenhos repetidos minúsculos, quando você prostra os olhos nas imagens nada vê de interessante a não ser uma imagem de um só plano, ao ficar vesgo nota de repente que há um mundo inteiramente novo naquele mesmo lugar, o fato mais surpreendente é que você ainda está olhando para a mesma coisa. Julguei esta comparação com a que mais pôde se aproximar da sensação que tive. Seria aquela a 4a dimensão? De fato faz sentido, pois tive a sensação de estar vendo a figura do santo ( que era o que contemplava no momento ) de maneira mais completa, mais verdadeira, e pensei ainda o quão ingênua e pequena era a outra maneira.


Por quê ocorrem estes fenômenos? Qual é a verdadeira importância deles na vida? Por quê meditar? Para quê contemplar? Quê irá isto acrescentar em minha vida cotidiana?
A começar pela tua perspectiva de vida: é certo que estudando a filosofia que está por trás deste processo tua concepção do mundo que te cerca e de tu mesmo irá mudar de maneira descomunal, de modo que as coisas que antes julgavas de imprescindível importância podem ser até postas num segundo plano, ou até mesmo relegadas. A filosofia de vida é o conjunto ideológico e racional que guia sua maneira de viver, mudando um conjunto de idéias mudaremos também o procedimento que tomamos para com nós mesmos e para com o mundo que nos cerca. Assim, dentro da concepção trancendental a atitude contemplativa é de importância primeira na vida de uma pessoa, pois ela entrará em contato com a totalidade de seu “ser”, o “eu” verdadeiro, não quero dizer que vivemos num “eu” falso mas sim que, para ilustrar, somos 30% do “eu”total, quando entramos em estados de meditação mais elevados vamos aumentando esta porcentagem, até quem sabe, encontrar os 100%. É sabido entretanto que o ser encarnado nunca atinge uma vivência plena com “eu”, pois a couraça material traz consigo restrições e delimitações das mais diversas, fazendo com que não nos conheçamos em totalidade. O que a contemplação faz é justamente evitar o distanciamento com o “eu”total, nos proporcionando a perspectiva exata de quem somos nós, e qual o caminho a seguir. Isto quando a meditação é efetiva, pois podemos achar que estamos meditando quando não conseguimos devido à fatores relacionados às problemáticas humanas, um médium jamais se abstém com detalhes mesquinhos, deve sempre santificar-se, buscar seu máximo. Santificar-se significa seguir, na medida do potencial de cada um o evangelho de Jesus Cristo.
A importância da meditação na vida, é tornar a vida uma vivência plena, de acordo com a perspectiva espiritual.






B - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Sentimental”

Fizemos a análise do processo contemplativo sob o ponto de vista da percepção “extra-sensorial” ou transcendental, conforme o modelo proposto no livro “Interpretação do mundo”, de minha autoria, vamos analisar os níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa sob o crivo do sentimento ( A seqüência completa de ferramentas interpretativas do mundo é: Físico, Intelectual, Sentimental, Intuitivo e Transcendental )
( Imagem de santos )
1 - Reconhecimento psicológico da imponência de entidades espirituais superiores – Pensa-se na vida dos santos em geral, vai de cada um, conforme a religião ou os santos de maior apreço. O fato é que na imaginação da pessoa há uma biografia para cada santo, com seus feitos e sua conduta na terra. O sujeito crê piamente na veracidade das histórias dos santos, o fato de crer condiz com uma postura psicológica imprescindível para o avanço dos “níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa”, os pensamentos racionais comumente utilizados no dia a dia não têm de interferir, aliás devem se manter distantes e deixar que a história inicialmente fantasiosa se torne uma verdade para o coração de tal modo que se forme um sentimento de submissão perante tanta grandeza. Todo este processo retrata uma estratégia psicológica para atingir patamares mais elevados de enlevação sentimental e transcendental ( quando digo transcendental me refiro aos fenômenos que estão além da esfera física ), se existe ou não uma outra conduta psicológica para isto ainda não sei, podemos cogitar relacionar com o fato de uma contemplação não religiosa ( quadros ou natureza ) aí é óbvio que o processo se daria de maneira diferente, ainda que por uma questão de raciocínio lógico deveríamos convir que algumas das partes principais do processo seriam iguais tanto nos quadros como nos santos, tanto contemplar o escuro como um mar. Isto reverte nossa discussão para o fato de que há uma base a partir da qual existiriam variações específicas ( de postura psicológica ) para cada tipo de objeto contemplado.
2 - Crença absoluta nas teorias filosóficas religiosas - Existem teorias filosóficas das mais diversas nas explicações do Divino, assim que há por exemplo compêndios Indianos ou Ocidentais, tudo possui uma estrutura complexa e muitas vezes muito bem elaborada, o devoto que se preze não se restringe somente a orar mais também à estudar uma filosofia existencialista e teologia. Este é o momento em que todos os seus estudos são postos à prova. Ou ele crê naquilo que estudou ou não crê! Em matéria de fé não existe meio termo, seja esta fé racional ou não.
3 – Humildade – Neste momento toda sua oblação se converte numa devoção insaciável, numa busca infinita pelo verdadeiro sentido das questões espirituais, uma força descomunal o motiva a prosseguir na contemplação horas a fio. Toda a conduta moral do evangelho de Jesus é também posta em pauta e levada em consideração em seus mais íntimos recôndito, é na pequenez de sua vida e de suas preocupações ínfimas diante das questões da verdade do Universo infinito que ele encontra a verdadeira humildade.
4 - Reconstrução do sentido da vida – Este é o momento em que todos os conceitos da vida da pessoa que exercita contemplação são analisados e revistos podendo ser mudados por outros mais verdadeiros, mais corretos, mais proveitosos. O fato é que durante a atividade contemplativa descobrimos coisas novas, não é uma atividade monótona e repetitiva, muito pelo contrário: entra-se em contato com o super-consciente sendo assim possível captar dele toda a essência que antes estava sendo deixada de lado, é por isto que temos a impressão de estar recebendo muitas novidades conceituais das noções que temos perante as mais diversas situações da vida. É a grande problemática do ser humano, trabalhar seus pontos mais gritantes, mais fracos e pertinentes e assim reconstruir uma nova ideologia da vida, o que é difícil, por isto os exercícios espirituais são de grande dificuldade psicológica para o homem.
5 - Fé inabalável na bondade de Deus – Aqui não há quaisquer dúvidas ou receios na existência de uma ordem moral no mundo total ( que se constitui do mundo material e espiritual ) Há certeza absoluta na harmonia do universo, de tal modo é esta convicção que nem mesmo é necessário explicar o por quê disto, pois estamos no âmbito dos sentimentos que superam as limitadas capacidades do pensamento racional, é por isto que para chegar ao “êxtase” espiritual o pensamento por si só não é suficiente, temos de chegar ao patamar dos sentimentos, das convicções plenas de fé, ainda que não façam nexo com pensamentos racionais. A harmonia é totalmente concordante com a bondade e a boa conduta moral, não deve-se exatamente tentar entender racionalmente os por quês da existência ou não de Deus neste momento, pois agora a certeza já é absoluta, não há medo nem receios por causa do mal, pois o bem é infinitamente superior, desfaz o mal colocando-o como uma ilusão, algo que não faz parte do sentido verdadeiro do mundo.
6 - “Libertação Espiritual” – Sentimento especial e específico de um contato amplo com o super-consciente, por isto diferente de sentimentos convencionais, uma característica é choro abundante.



Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Físico”

Corpo parado
Energia entrando através do topo da cabeça
“Ballonament”
Perca de propriocepção
Perca da percepção espacial convencional

Conversa entre dois homens
Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de café, e lá no fundo visualizo um mundo de cores, e me pergunto: - Você realmente se da conta do que a realidade é?

Não! Não! Que hei eu fazer diante de tamanha ignorância? Que hei de fazer senão orar, e clamar à Deus para que dia a diz elucide minha mente obscurecida, minha limitada noção de realidade, para que assim eu possa um diz vislumbrar, mesmo que de maneira parca e restrita, o mundo, o verdadeiro mundo. De fato: o que vivemos não passa de um sonho, o dia em que acordarmos certamente ficaremos assombrados com tamanha proporção na medida do mundo real. Quão ignorante sou, ainda bem que ao menos, com minha inteligência desconsiderável perto do conhecimento espiritual posso saber ao menos que sou um ignorante, coitado daqueles que sonham, e no sonho julgam viver a realidade, ai destes.
Não! Não! Como pude ser tão desmiolado, ficar aí à toa pelos cantos filosofando, devaneando como um louco varrido, ora estas, isto não leva à lugar nenhum, tenho mais é que viver a vida e nela me deleitar, desfrutar de todos os prazeres que ela oferece. Não entendo essa gente doida, pois o segredo da vida nela está, só pode ser descoberta por ela mesmo e não por outros meios.
Ela mesmo? E que julgas que seja ela mesmo? Será um chorar ela mesmo? Será um pensar ela mesmo? Será um cogitar ela mesmo? Me entendes homem prático? Falo justo do fato de que a experiência do viver pode em tudo se encontrar, inclusive no pensar por tese e antítese. No olhar até devanear. No nada fazer. No perambular distraidamente pela rua. No do nada criar. Tudo é experiência! Ignorante é aquele que só vê o mundo através da experiência empírica, e não nota que a própria atitude dialética por si só é uma experiência das mais valorosas, é assim que chegamos à conclusões das mais complexas. O que sem a atividade abstrata do pensamento não seria possível.
Quê asneiras dizes? Acaso crês que sou tão perdido quanto tu és?
Não, apenas um precipitado, direi ainda mais, não para que creias, pois isto parece na visão de qualquer são algo impossível, mas para que refutes, pois é assim que funciona meu viver: A própria atividade contemplativa não se estagna no campo da dialética, senão ultrapassa-o chegando a constituir um empirismo. Ou melhor é um processo de três fases: Empírico – Dialético – Empírico
Dizes parlapatices das mais diversas, nada entra em conformidade com o que possa se entender como vida ou realidade.
Não entendes que no detalhe da contemplação está o impulso veemente da alma? É na imaginação que está a alegria da vida!
Tuas palavras estão permeadas de obscuridades
Talvez você tenha que rever teus conceitos de vida